sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Era fotografar ou viver. Eu escolhi viver.

E aquele momento único eu não consegui capturar. Porque eu, logo eu que sou fotógrafa e tenho uma câmera maravilhosa, não fui capaz de fotografar aquele momento?

Era a primeira vez que colocávamos a chave na porta daquele que vai se tornar o nosso primeiro lar. Não se faz isso duas vezes na vida. A máquina estava ali, preparada. Guardei.

Era fotografar ou viver. Eu escolhi viver.

Escolhi guardar cada segundo, cada sensação, cada lágrima de emoção daquele momento que não durou mais que um minuto na minha memória. Decidi eternizar o sentimento e não a imagem. Guardei no coração, não no papel.  

Fecho os olhos e consigo voltar exatamente àquele segundo. Sinto o coração bater forte e aquela mesma lágrima que correu lá, corre agora. Lembro perfeitamente de cada canto do apê, dos sorrisos, das palavras, das juras. Sinto o abraço, o beijo, o cheiro de casa fechada, vejo as janelas se abrindo e escuto o champanhe estourando.


Tem coisas na vida que vale a pena serem guardadas só na lembrança. Há quem diga que se lembra melhor através das fotografias. Pra mim, se você não consegue fechar os olhos e sentir tudo de novo, cada sensação, os mínimos detalhes, me desculpe a franqueza, mas você não conseguiu viver aquele momento intensamente. 

Agora é você e você

E de repente, você se vê tendo que tomar decisões que antes não eram sua responsabilidade. Porque o pânico queridinha? Você cresceu. Não era o que tanto querias? Porque o medo agora?

Eu avisei que os grandes passos que você vai dar na vida virão acompanhados de grandes decisões, grandes responsabilidades, grandes medos... Não avisei? Amadurecer dói.

E você achou que o fato de pagar suas contas já te fazia independente? Coitadinha... Santa inocência. Agora sim você vai começar a experimentar o ônus e o bônus da independência. O doce e o amargo. Aproveite!

Seja bem vinda à vida adulta. Sim, porque apesar de você estar ali, beirando os trinta, você ainda era considerada uma criança pelos seus pais. Só agora eles percebem que você deixou de ser mocinha para virar mulher, e quando isso acontece amadinha, pode dar adeus aquela mistura gostosa de vida de adolescente com vida adulta.

É agora que as contas vão começar a chegar no seu nome, a casa não vai se arrumar sozinha nem tampouco a comida sai pronta da geladeira. Os problemas vão bater na sua porta à sua procura e não vai ter papai nem mamãe para dizer que você está ocupada. É você e você.


Mas não se assuste, é meu trabalho te dar esse choque de realidade para que você se prepare para o que estar por vir, mas eu também preciso dizer que você vai aproveitar muito. Vai curtir cada minuto e cada espacinho dessa nova fase. Aproveite. Curta. Faça tudo que tiver vontade, afinal, agora sim, a casa é sua! 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Por um amor com brilho nos olhos

Chega de se contentar com pouco garota! Você tem tudo para ter alguém que mereça o amor que você tem para dar. Alguém que te ame, que fique feliz com as tuas conquistas, que vibre junto, que seque suas lágrimas e te dê a mão quando você cair.

Não perde tempo com quem tem inveja de ti, te engana e trai a tua confiança na cara dura. Tu merece muito mais que isso! Se ele não percebe, sai dessa e vai atrás daquele amor com brilho nos olhos.

Aquele amor que dá o frio na barriga, que enche seu coração de alegria, que faz uma lágrima de felicidade rolar discreta dos seus olhos.

Chega de se contentar com pouco! Acredita, ele não é o único homem da face da terra e nem tampouco é o único que pode gostar de ti. Olha as tuas qualidades, para de notar só os defeitos...

Livre-se desse amor encosto e tu vai ver que logo logo aparece aquele amor brilhante. Um amor que te faz rir até das coisas mais improváveis, que te faz perceber como as coisas simples podem ser as mais importantes. Um amor diferente dos amores que aparecem nas novelas e filmes, um amor sem intrigas, sem brigas, sem traição. Um amor tranquilo, um amor real, com brilho nos olhos! 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Quando eles erram...

“Se um dia ele precisar de mim quando estiver velho, eu não vou ajudar. Ele que se dane. Eu cresci sozinho, ele nunca me ajudou em nada. Ele sumiu da minha vida...”

Garoto, você sabe o que teu pai passou pra te criar? Você sabe quantas fraldas tuas ele trocou e quantas noites passou em claro por causa da tua gripe? Você sabe o quanto ele teve que trabalhar pra colocar comida na tua mesa, pagar teu material escolar e te dar aquele vídeo game que você tanto incomodou pra ter?  

Sim. Eles erram. É impossível ser perfeito, ainda mais quando se fala de criar os filhos. Nossos pais sempre erram. Alguns mais, outros menos, mas sempre existe algum errinho. Ninguém é infalível.

Quando ouvi esse adolescente falando assim do pai dele, imediatamente lembrei do meu. Ele sempre diz uma frase que vou levar pra sempre: “Vocês podem me odiar, mas eu, como pai, sempre vou amar vocês incondicionalmente!”.

O fato de nossos pais terem cometido seus erros, e incluo aqui até os mais graves, não justifica sermos pessoas ruins ou que alimentemos dentro de nós esse sentimento ruim com relação aqueles que nos geraram.

É preciso superar as dificuldades para viver. É preciso esquecer algumas coisas para poder levantar a cabeça e seguir em frente. É preciso perdoar para ter o coração tranquilo. Pode ser difícil, mas é preciso tentar.

Sei que muita gente vai dizer que é fácil pra mim falar isso porque eu nunca passei por coisas assim. Eu concordo, meus pais erraram em algumas coisas e acertaram em tantas outras, mas eu acredito que todos os pais e mães procuram fazer o melhor que podem.

Cabe a nós reconhecer os erros deles e tentar não repeti-los quando for a nossa vez de criar os nossos filhos. E digo tentar porque muitos vão cometer os mesmos erros, tenho certeza. Sabe porquê? Porque quando for a nossa vez, vamos ter maturidade suficiente para entender e, porque não, concordar com algumas das atitudes deles.

A vida passa. Cada minuto que passamos longe das pessoas que realmente importam podem ser cobrados de nós mais tarde. Não vale a pena ficar remoendo mágoas.

Tente imaginar em como você sentiria se amanhã alguém batesse na sua porta dizendo que um de seus pais morreu. Pense em qual seria sua reação se seu pai ou sua mãe viesse à sua casa pedindo abrigo porque não tem mais nada. E se você encontrasse um deles dormindo em um banco da praça da matriz?

Pode parecer exagero, mas essas hipóteses existem, são reais. Uma pessoa que não tem o amor da família, dos filhos, dos irmãos, é uma pessoa sem estrutura. Pense nessas situações extremas e tente perdoar. Ao menos tente.


Pai, mãe... Amo vocês! Incondicionalmente!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Chorar de felicidade

Uma boa notícia há muito esperada. Rever o rosto daquela pessoa querida depois de muito tempo. Ouvir as palavras certas na hora certa.

Emoção, paixão, carinho, alegria... É incrível como esses sentimentos têm a capacidade de nos fazer ter reações que não dominamos.

As lágrimas são geradas por diversas dessas emoções. Para uma manteiga derretida como eu, qualquer uma delas. Já chorei de raiva, de tristeza, de saudade, de dor e de emoção. Todas essas lágrimas, apesar de geradas por emoções diferentes, me lembro que doeram, umas mais outras menos, mas todas doeram pelo menos um pouco.

Dos que citei acima, o choro mais dolorido sem dúvida é o de saudade. Por mais que eu já tenha me despedido de pessoas que amo muitas vezes, não consigo me acostumar com elas. Parece que quanto mais despedidas, mais sensível eu fico. Ultimamente, essas lágrimas de saudade rolam até quando vejo um filme daqueles emocionantes.

Mas nas últimas semanas experimentei um novo tipo de choro. O choro de felicidade. Depois de receber uma notícia incrivelmente fantástica, me debulhei em lágrimas misturadas com uma bela crise de riso. E como foi bom!

Nunca senti tanta felicidade junta. Chorava e ria tanto que, até entender o que estava sentindo demorei alguns bons minutos. Depois, senti uma alegria tão grande, uma felicidade que tomou conta de mim o dia todo. Aquela vontade louca de sair por aí gritando aos sete ventos! E hoje com o facebook tá fácil, fácil, convenhamos.

Meu conselho é que aproveitemos cada lágrima que cai dos nossos olhos. Elas limpam a alma, lavam o rosto e nos fazem ver com mais clareza depois que secam. Não sinta vergonha de chorar, seja pelo motivo que for. Não pense no que os outros vão achar. Corajosos são aqueles que sentem tudo de maneira inteira, sem perder nem um momento.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Horário Político – um circo necessário

Quem já assistiu o horário político eleitoral do início ao fim levanta a mão! o/o/o/

E quem já ouviu no rádio? o/o/o/

Quem riu? o/o/o/

Há quem diga que o horário político devia ser extinto, banido. Eu discordo.

Vejo tantos jovens dizendo que detestam política, que não querem saber ou discutir o assunto, que votam só por obrigação e coisa assim. Isso me deixa preocupada de verdade.

Como essas criaturas que são o tão falado “futuro do nosso país” vão decidir em quem votar? 

Concordo que está cada vez mais difícil, que a palhaçada no horário político é de dar vergonha alheia, que a oferta de santinhos é imensa nessa época, que as placas colocadas no meio das avenidas atrapalham o trânsito e deixam a nossa cidade suja, que tem horas que não aguentamos mais o jingle dos candidatos batendo na nossa cabeça, mas é exatamente por isso que é preciso saber onde buscar as informações.

O horário político pra mim é o primeiro deles. É ali que a gente conhece o candidato, vê, escuta as propostas, enfim, tem a primeira impressão. Mas por favor... Não vote só com base no que é dito ali. 

Vá atrás das informações sobre o candidato que você gostou. Tio Google está aí pra isso!

Filtre todas as informações, cheque em diversas fontes antes de tomar alguma coisa como verdade absoluta. A lei máxima da comunicação é a de que todos os fatos têm mais de um lado. Tente ver o maior número deles possível.

Para tentar ajudar nessa escolha, vão dois sites que trazem informações sobre os candidatos:

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Sonhar by MC Gui

Esses dias ouvindo o rádio a caminho do trabalho escutei uma música muito boa que me tocou o coração (que profundo!).

“Ostentar esperança” do MC Gui. Calma, eu também fiquei meio assim quando ouvi o nome dele. “Um funkeiro fazendo música legal?! Não pode!!”. Mas acredite, é a mais pura verdade.

Quer ver só? Ó um trechinho da música aí:

“Sonhar, nunca desistir
Ter fé, pois fácil não é nem vai ser
Tentar, até esgotar suas forças
Se eu já tenho eu quero dividir
E ostentar pra esperança levar”

E vale ouvir a música toda porque a letra dela é bem interessante.

Achei demais o fato de um funkeiro levar uma letra desse tipo pra multidão, uma letra que faz pensar, que fala alguma coisa que não seja “Créu, créu, créu” ou coisa parecida.


MC Gui, tirei o chapéu! 


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sobre preconceito e as incoerências da vida

Esse caso da jovem torcedora do Grêmio que foi flagrada pelas câmeras gritando “macaco” para o goleiro do Santos já deu o que tinha que dar. Não foi bonito o que ela fez ou disse. Foi um caso de racismo sim e deve ser punido. Mas a repercussão dada ao caso foi e está sendo exagerada.  

Esse sensacionalismo todo em torno do assunto é no mínimo irresponsável. Só o fato de ter sido flagrada em rede nacional já foi vergonha suficiente para ela. Ainda assim ela perdeu o emprego, teve a casa apedrejada e está sob proteção da polícia porque corre o risco de ser linchada ao colocar o nariz na rua. A vida dessa guria nunca mais vai ser a mesma. Ela com certeza já se deu conta da cagada que fez e com mais certeza ainda nunca mais vai chamar negro de macaco, gay de veado e por aí vai.

Milhares de pessoas estavam no estádio naquele dia. Milhares de pessoas entoaram cantos preconceituosos em uma só voz, muitas vezes sem nem se dar conta do que estavam falando. As crianças aprendem os “hinos” da torcida desde pequenas e não tem noção do que significam muitas das palavras que aprendem a falar. Quem já foi assistir partidas no estádio sabe que isso acontece. Não justifica, mas... Que atire a primeira pedra quem nunca errou.

Tantas coisas acontecem nos estádios e passam em branco que é no mínimo exagero o que estão fazendo nesse caso. Quantas mortes durante brigas de torcedores nos estádios brasileiros já assistimos pela televisão? Quantas vezes a violência foi tema dos principais noticiários de esportes? O que foi feito nesses casos? Qual foi a repercussão dada? Não me lembro de ter visto tanto alarde nem da mídia nem da justiça.

E não estou minimizando o crime de racismo que a guria cometeu. A única coisa é que me parece incoerente que ela, uma guria que não agrediu fisicamente ninguém, que não atirou pedra em ninguém, que não acertou nenhuma cabeça com barras de ferro, que não matou, que não representa risco para a sociedade, pague por um crime com tamanha severidade e seja reprimida de maneira tão estúpida pela sociedade enquanto outros torcedores criminosos muito mais perigosos, que já mataram, machucaram e deixaram outras pessoas inconscientes ficaram livres e passaram ilesos pelos julgamentos (quando foram julgados).

Sim, alguém tem que dar o exemplo, eu entendo. Acho lindo que o Rio Grande do Sul resolva fazer isso. Mas vamos combinar, isso dificilmente vai resolver o problema.  Prender a garota não vai resolver. Os casos de racismo dentro e fora dos estádios vão continuar existindo, sabe porque? Porque isso é um problema de educação básica, aquela que se aprende em casa. É muito maior do que isso.

Quando os pais olham um negro, um gay, um mendigo, um drogado, um cachorro vira lata e fazem comentários, viram o rosto ou exercitam aquela cara de nojo guardada para as piores coisas existentes no mundo, a criança entende que aquilo ali (seja o que for) não merece um pingo de respeito, amor, caridade, dó ou gentileza. Tá feita a merda. Daí pra frente, é só incitar um pouquinho e pronto - um passo para a violência.  


Se você quer realmente ajudar a acabar com o preconceito no mundo, comece mudando o seu comportamento. Olhe pra dentro de si mesmo e veja quantas vezes você teve reações preconceituosas com relação a seja lá o que for. Depois que você mudar isso, depois que fizer a sua parte passando isso pros seus filhos, aí sim poderemos discutir casos como esse sem ser ofuscados pelo sensacionalismo das pessoas, da mídia e da justiça. Antes disso, somos todos iguais. Não apedreje o teto do outro porque o seu também é de vidro.