sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Agora não, depois eu faço, ainda tem tempo...

Esse é um dos meus principais defeitos, a procrastinação. Eu iria ainda mais fundo, a sabotagem.
Quando deixo para amanhã algo que poderia ser feito já, sei exatamente o que estou fazendo, não é algo inconsciente. Sei que amanhã mil e uma coisas podem acontecer e pode não dar tempo, sei que vou ficar ansiosa porque vou achar que não vai dar tempo, mas me conforto com a icônica frase “trabalho melhor sobre pressão”.

De fato, nunca deixei nada importante por fazer, embora as deixe sempre pra última hora. Nunca atrasei trabalhos da faculdade ou projetos no trabalho. Mas ultimamente, eu diria até nos últimos anos, tenho deixado uma coisa muito importante para depois (um depois que nunca chega) EU.

Mais um ano se passando e mais uma vez eu vendo coisas minhas que eu não fiz, sonhos que eu não realizei (e que eram totalmente possíveis), projetos que não andaram nem um pouquinho. Resultado: mais e mais ansiedade pingando nesse poço que já tá quase transbordando.

É ruim ouvir de alguém que amamos muito que é preciso definir prioridades e que uma delas tem que ser eu, a minha saúde física e mental. Faz a gente pensar em que rumo está seguindo, onde isso vai parar, o que queremos do futuro... Aquelas perguntas cretinas que nunca sabemos as respostas.

Minha vida toda até aqui foi de desculpas. Não fiz isso porque aquilo. Não fui lá porque choveu. Não segui esse plano porque me desmotivei e pisei na bola. Não vou em tal lugar porque acaba tarde e eu moro longe.

Perdi tempo procrastinando muitas coisas. Perdi algumas oportunidades de fazer coisas bacanas, conhecer pessoas legais, visitar lugares que nunca imaginei. Não quero mais isso. Não quero mais ser a pessoa preguiçosa, procrastinadora e cheia de desculpas.

Já me disseram que eu sou muito forte, que eu já fiz tanta coisa que nem me dei conta de como precisei ser forte, que se eu me visse como os outros me veem eu sentiria orgulho de mim. Realmente, meu espelho tem defeito e meu senso crítico também. Não me vejo essa pessoa forte e capaz que algumas pessoas enxergam. Talvez eu esteja me escondendo atrás dessa aparência frágil para ter atenção, talvez eu não queira ser essa pessoa por algum motivo que eu juro que não sei qual é...

Enfim, final de ano é assim pra mim... Fico mais pensativa, faço um balanço de tudo que aconteceu e, escrevendo isso agora, parando pra pensar nesse 2015, percebo que apesar de algumas coisas não terem sido tão legais, foi muito bom, aconteceram coisas maravilhosas, tive ótimos resultados, mas percebo também que me deixar de lado esse tempo todo não me fez nem um pouco bem e faz com que a sensação seja de fracasso total.


Eu quero. Eu posso. Eu consigo. Eu vou mudar isso para que os próximos anos sejam cada vez melhores e que essa sensação ruim dê lugar a alguma outra que eu desconfio que não conheço... 

Entre paixões...

Já diziam os sábios que “para esquecer um amor antigo, nada melhor que um novo amor”.

A dança sempre foi uma paixão. Pela dança em si, pela música, pelo grupo, pelas pessoas, pelo significado do todo. Mas as vezes, a vida nos desafia e é preciso tomar decisões difíceis, pesar tudo na balança e escolher. Fiz a escolha de seguir uma vida sem os compromissos, as coreografias, o sapato de salto, os figurinos e o palco.

A saudade ficou e eu, inquieta como sempre fui, busquei alguma coisa para tomar o lugar da dança. Esbarrei no teatro.

O teatro me abriu os olhos para um outro universo. Me levou de volta a uma época em que eu era feliz e não sabia, a infância. Lá, me encontrei com uma Gabi que eu achava que nem morava mais em mim, mas descobri que ela estava ali, louca pra sair, só esperando a oportunidade para ser livre de novo. Me permiti. Deixei que essa Gabizinha de ontem tomasse conta de mim e fui muito feliz cada dia que nos encontrávamos.

O teatro me levou de volta pro palco, um espaço que me foi apresentado pela dança. Ficar atrás das coxias de novo, esperando dessa vez a deixa ao invés da música, decorar o texto ao invés da coreografia, foi uma experiência que ao mesmo tempo que é muito parecida, foi completamente diferente... 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Bobi, Bito, Brito, Bobito

Mãe, eu não gosto de tirar foto. Me deixa aqui no meu cantinho.
Cheguei em casa hoje e tu não estava ali, deitado no sofá esperando por mim. Lembrei. Chorei. Doeu.

O tempo que tivemos juntos foi bom, mas me parece que foi tão curto.

Ontem mesmo eu te peguei no colo como uma bolinha cheia de pelos. Logo em seguida tu cresceu e me acompanhou em muitos passeios e viagens.

Ficou doente algumas vezes e em todas elas eu estava ali, cuidando de ti, te dando o meu melhor carinho. Quando foi a minha vez de sofrer e chorar tu, mesmo sem poder fazer muito, ficou ali, do meu lado, angustiado e choramingando junto comigo. Pedindo carinho como se soubesse que uma gracinha tua já ia ser suficiente pra acalmar meu coração. E foi.

Close no focinho preto.
Um dia, cheguei em casa e tu não tava lá. Te deram para outra pessoa que eu nem sabia quem era. Quis o destino que eu te encontrasse no mesmo dia na rua, passeando com o novo dono. Eu chorei de um lado e tu do outro. No fim do dia tu já estava em casa de novo, junto comigo.

Minha única companhia quando chegava em casa tarde da faculdade. Tu acordava com aquela cara amassada e os pelos marcados só pra ficar do meu lado enquanto eu jantava, tomava banho e ia dormir. Aliás, dormir era tua atividade favorita... Dormir com qualquer uma de nós, com a cabeça bem apoiada na dobra das pernas.

Tu sempre aguentou as brincadeiras que fizemos contigo. Sempre foi paciente e quando a coisa ficava demais ia se esconder de nós no teu cantinho.

No Natal eu virei Papai Noel!
Mais um tempinho passou e rapidamente a tua energia de infância deu espaço a um velhote rabugento, cheio de manias e manhas. Mas o teu jeito delicado de subir na cama não mudou. Era raro perceber de tão leve que era teu pulo.

Pulos e pulos depois os sinais da tua idade foram aparecendo cada vez mais. Aos poucos os pulos foram ficando mais raros, a palavra passear já não te fazia mais ficar de orelhas em pé e as dores nas costas que insistiam em aparecer te incomodavam.

Minha mãe parece a Felícia. Socorro!!
No início desse ano nos separamos, fui morar na minha casa e achei que seria melhor para um senhor da tua idade ficar onde sempre esteve. Achei que uma mudança dessas não te faria bem. Hoje, carrego um pouco dessa culpa egoísta no meu coração. Queria ter passado mais tempo contigo, dando pra ti o meu melhor carinho e recebendo de ti o amor mais puro do mundo.

Nessa última semana te trouxe comigo. Vi de perto teu sofrimento e sofri junto contigo. Cuidei de ti mais uma vez, a última vez. Não quis acreditar que não tinha mais jeito. Fui até onde deu. Nos últimos dias, parece que eu conseguia ver lágrimas nos teus olhinhos castanhos. Resisti o quanto pude, mas não conseguia mais te ver sofrendo, sem caminhar, sem conseguir ser o cachorrinho sapeca e sem vergonha que tu sempre foi, aquele que dava pulos altos e corria atrás dos gatos e da bolinha com uma energia incrível. Desculpa.

Hoje o dia acordou chuvoso e cinza, assim como o meu coração. É doloroso andar por aqui e não ouvir o barulho das tuas patinhas pelo chão ou os teus choramingos pedindo um pouco de atenção. É péssimo olhar para os lugares onde tu deitava e perceber que tu não está mais por aqui. Dá um aperto no peito...

Para a eternidade...
Digo hoje sem medo de cometer exageros que essa foi a decisão mais dolorosa e difícil que já tomei na vida. Se foi a certa eu não sei. Dizem que foi.

A única certeza que eu tenho é que tu foi um grande amigo e companheiro de quatro patas e que me ensinou muitas coisas nesses 15 anos, mesmo sem uma palavra.

Lamento e vou lamentar sempre não ter passado mais tempo contigo, não ter te dado mais atenção e carinho.

Obrigada meu amigo. Vai com Deus e fica cuidando de nós de onde quer que tu estejas.

Ah... E se der, aparece em um dos meus sonhos qualquer noite dessas pra gente brincar de novo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O que é felicidade pra você?

Esses dias minha irmã mais nova, a Júlia, de 16 anos, olhou pra mim e fez essa perguntinha ingrata:
“Mana, o que é felicidade pra ti?”

Depois de alguns minutos pensando, respondi que felicidade pra mim era ver as pessoas que eu amo felizes também.

O melhor de tudo foi a explicação que ela deu quando perguntei porque ela estava fazendo esse tipo de pergunta.

“Eu percebi que quando a gente pergunta para as pessoas o que é felicidade pra elas, elas ficam pensando em coisas felizes. E sorriem.”

Depois disso, fiquei com aquela cara de boba e orgulhosa. Quando foi que tu cresceu assim passarinha?

Hoje mana, vou te responder o que REALMENTE é felicidade pra mim.
“Felicidade é te ver assim, crescida, inteligente, perspicaz e linda!
É saber que apesar de todas as dificuldades, nossa família permanece unida.
É sabe que em pouco tempo vou ter o meu cantinho pronto pra receber os amigos, a família e tu né lindinha!Felicidade é ficar rodeada de pessoas legais, amigos queridos, alto astral, aqueles que não deixam a peteca da gente cair nunca.
Felicidade é dançar um samba bem agarradinho, uma salsa gostosa ou um forró pé de serra.
Felicidade é ver um filme bem quentinha, debaixo das cobertas, com o Bobi esquentando meus pés.
Felicidade pra mim é não me arrepender de nada que eu fiz até hoje e ter certeza que se tivesse outra chance, faria tudo igualzinho.
Felicidade de verdade é viver todos os momentos intensamente. Fazer o que tiver vontade pra não se arrepender de não ter feito alguma coisa quando já for tarde demais.”

Just do It!

Hoje é dia de atualizar o blog, sair da leseira e colocar o universo para girar a nosso favor.

Mais um daqueles momentos em que me pergunto o que estou fazendo da minha vida, quais são as perspectivas, o que eu quero desse ano que tá começando... Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. Só pra complicar e atiçar a minha mania de querer planejar tudo e fazer listas e mais listas de atividades para (não) concluir.

Chega de procrastinação. Chega de deixar pra depois o que dá pra ser feito agora.


E como hoje é segunda, fica aí uma mensagem de motivação pra semana!


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Escondido no pôr do sol

Eu sei que tu tava lá, entre os raios daquele pôr do sol maravilhoso.

Rimos das coisas engraçadas que passamos, lembramos momentos lindos e eu chorei de saudade quando me dei conta de que sempre que abria os olhos tu desaparecia e só sobrava o vento e o perfume...


Essa semana foi teu aniversário e me desculpe, mas não sei qual seria a tua idade hoje. Não me culpo... Quantos netos sabem qual a idade dos avós?! São avós, são mais velhos, ponto. 


Hoje, meu eterno amigo secreto, assim como ontem e assim como todos os dias depois da tua partida, é dia de lembrar de ti, da tua risada gostosa, das peças que pregava na gente, do colo e do cafuné que sempre estiveram ali. Hoje é dia de celebrar a saudade, de celebrar a amizade, a família, o amor.


Eu sei que tu tá por aí, cuidando de nós, se divertindo com as peripécias e iluminando os caminhos, mas pode apostar, tu não tem noção da falta que faz aqui nesse mundão de Deus.
Saudade...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Lista de ano novo

Sempre fui dessas de fazer listas a cada virada de ano, prometendo mundos e fundos pra mim mesma e lá nos meados de junho ou julho, meio ano se passa e nada de concreto acontece. Resultado: frustração máster.

Na virada de 2013 para 2014, fiz mais uma dessas listas traçando algumas metas para o ano que começava. Eram uns sete ou oito itens. De todos, consegui cumprir dois. Os outros cinco ou seis que faltaram ficaram lá, pendurados no mural até o dia 31 de dezembro me fazendo sentir a pessoa mais incompetente da face da terra.

Quando sentei para fazer a lista de 2015, com os objetivos não atingidos em uma mão e uma folha em branco pronta para a nova lista na outra, comecei a me questionar sobre o ano que passou, sobre a efetividade dessas listas e do que aquela em especial representava pra mim. 2014 foi um ano bom. Aconteceram coisas maravilhosas e a principal delas foi a compra do nosso apartamento.

Olhei a lista. Li e reli inúmeras vezes. Repassei na cabeça aquele exato momento em que a escrevi e descobri que eu NUNCA, em momento algum, cogitei a ideia de comprar um apartamento. A melhor coisa que me aconteceu no ano não estava na lista. As coisas que estavam na lista e não aconteceram só serviram para me frustrar nos momentos em que o que eu mais precisava era de estímulo.

Conclusão: abre o coração e deixa as coisas acontecerem. Às vezes existem coisas guardadas pra gente que nunca imaginamos que aconteceriam, basta ficar de olhos e coração abertos para enxergar e receber.

Peguei o papel em branco, escrevi no topo da folha: "metas para 2015: receber o que o ano me oferecer", pendurei no mural e rasguei a lista antiga.