sexta-feira, 15 de junho de 2012

Carta de (des)amor


Quem me conhece, sabe que tenho uma característica que alguns veem como qualidade, outros como defeito, me coloco facilmente no lugar dos outros, sinto as coisas como se fossem comigo, “tomo as dores” de quem eu gosto, me sensibilizo e choro por causa de problemas que não são meus. Esta carta é um exemplo disso...

“Será que todos esses anos não te serviram de nada? Será que não fostes capaz de ouvir uma palavra sequer do que eu disse?

Porque agora, depois de tanto tempo vens pra cima de mim como se eu, que fiquei contigo por todos esses anos, fosse tua inimiga? Como se eu fosse a culpada por tudo de ruim que se passa na tua mente?

Nunca achei que serias capaz de me machucar tanto. Ouvi coisas que não merecia da tua boca, coisas que machucaram minha alma. Não tens ideia de como me sinto agora.

Quando foi que o homem que eu amei deu lugar a esse que olho nos olhos agora e vejo ser um completo estranho? Quando? Será possível que todos esses anos, todas as coisas que passamos juntos, todas as alegrias e todo amor que sentíamos um pelo outro foram fruto da minha imaginação?

É ruim admitir, mas no fundo, no fundo mais escondido do meu coração, eu já desconfiava. Mas ao mesmo tempo, não me dei o direito de desconfiar de ti, não acreditei que tu serias capaz de fazer isso comigo. Logo tu, o meu companheiro, o meu amigo, o meu namorado, o meu marido.
Ainda estou em pedaços, é verdade. Mas sei que vou conseguir me recompor e renascer das cinzas que tu fizestes questão de jogar ao vento. E quando isso acontecer meu querido, surgirá em mim outra mulher, uma mulher que eu não conheço e que tu jamais conhecerás.

Tenho raiva de ti por tudo que ouvi, por tudo que vi e pelas tuas atitudes que transformaram tudo que eu tinha em quase nada. Tenho raiva sim, mas não tenho ódio, porque o ódio e o amor são sentimentos irmãos. E amor, isso eu já não sinto mais.”