segunda-feira, 14 de maio de 2012

Diário de Viagem – O que aprendi

Dois meses maravilhosos em uma cidade organizada, limpa, bem cuidada, com gente educada, parques e 'markets' por toda parte... Vou sentir saudades disso, não tenho dúvida!

Dois meses que tive que aprender a lidar com sentimentos que não gosto de sentir, a saudade, a ausência, a solidão, a tristeza... E tive que aprender a espantar todos eles sozinha, sem ninguém pra me ajudar.

Aprendi tantas coisas que é difícil deixar esse 'post' curto, por isso, quem tiver paciência leia, quem não tiver, eu perdôo...

Aprendi a pensar em quem é Gabriela Carpes e quem vai ser Gabriela Carpes.
Aprendi a saber o que eu gosto de fazer, de comer, de vestir...
Aprendi que a independência tem um gostinho ótimo e que agora eu tenho que lutar pra ter isso pra sempre.
Aprendi a controlar o meu dinheiro e que fazer comprar é muito bom, mas que depois, na hora de colocar as coisas na mala a gente pensa “porque foi que eu comprei isso mesmo?”
Aprendi que a vida existe sem televisão, mas que as novelas brasileiras tem o seu valor no final da noite.
Aprendi que alface, pimentão, pepino, abobrinha e berinjela podem não ser tão ruins assim.
Aprendi que mesmo pessoas educadas perdem a cabeça de vez em quando.
Aprendi que mãe é igual sim e só muda o endereço.
Aprendi que caminhar mais até a parada do ônibus e subir as escadas do prédio não vai doer e ainda vai me deixar mais saudável.
Aprendi que a distância une as pessoas.
Aprendi que não falar a mesma língua não é empecilho para uma amizade de verdade.
Aprendi que família é pra sempre, não importa a distância ou o tempo.
Aprendi que a saudade dói mas que quando tem data marcada pra terminar pode até ser boa.
Aprendi que uma viagem como essa vou levar pra sempre na memória e que esse tipo de coisa ninguém vai tirar de mim.
Aprendi que existem coisas mais importantes pra fazer com o dinheiro do que só adquirir coisas materiais.
Aprendi que subir e descer escadas todos os dias não mata ninguém
Aprendi que ficar um dia sem comer no almoço não faz mal pra saúde e ninguém morre de fome por isso.
Aprendi que uma comunidade para dar certo tem que ter regras e que as regras tem que ser respeitadas e que nem por isso o lugar é ruim.
Aprendi que ficar sozinha pode ser bom mesmo quando não tenho nada pra fazer.
Aprendi a cuidar melhor de mim e das minhas coisas.
Aprendi que arrumar a cama antes de sair de casa de manhã não vai fazer eu me atrasar mais do que um minuto.
Aprendi que tudo que eu posso fazer hoje eu devo fazer hoje porque amanhã pode estar chovendo.
Aprendi que roupas confortáveis são tudo de bom mesmo que não sejam as mais lindas do mundo.
Aprendi que algumas características a gente não perde nunca, não importa o quão longe de casa esteja.
Aprendi que as pessoas são diferentes fisicamente, mas é possível encontrar pensamentos bem parecidos.
Aprendi que a distância nos proporciona conhecer pessoas diferente que talvez nunca pudéssemos conhecer.
Aprendi que as pessoas vão e vem todos os dias e que não podemos ficar tão tristes por isso porque cada um tem o seu papel na nossa vida.  
Aprendi que a comida da minha mãe é a melhor do mundo, mas que existem outras comidas bem boas por aí.
Aprendi a dar valor às coisas que realmente importam.

domingo, 6 de maio de 2012

Diário de Viagem – Lições de Mrs. Tatik


É interessante quando a gente se depara com uma cultura totalmente diferente da nossa, onde tudo é motivo de surpresa e, às vezes, estranhamento. É uma experiência incrível poder compartilhar esse tipo de coisa, trocar experiências...

Aqui na casa onde moro, somos quatro pessoas, eu, uma suíça, um japonês e a dona da casa que é da Indonésia. Uma senhora no auge dos seus 60 e poucos anos, muito mais ativa do que muita gente que eu conheço e dona de um vasto conhecimento de mundo e de vida.


Dois meses foram suficientes para absorver algumas lições dessa pessoa incrível que recebe há mais de 30 anos estudantes dentro da sua própria casa e faz isso por livre e espontânea vontade (porque para ela isso não é só um negócio).

Mrs. Tatik é ‘muslim’, religião também conhecida como islamismo. Confesso que esse foi o primeiro choque quando pisei em Londres. Para mim nunca foi comum ver mulheres usando lenço na cabeça e ser recepcionada por uma me deixou sem saber o que fazer ou falar. Esse foi só o primeiro sinal de todas as surpresas que Londres reservava pra mim...

Na hora do jantar, todos nós sentamos à mesa juntos, conversamos, praticamos nosso inglês e ouvimos as histórias e lições de Mrs. Tatik...

“Não dependa de ninguém! Precisamos das pessoas para viver, mas não podemos depender delas porque um dia elas vão embora e quando dependemos delas, sofremos muito por isso!”

“Ajude os outros. Reserve um tempo da semana, organize-se. Isso é o que realmente traz felicidade e ninguém pode tirar isso de você! O dinheiro pode trazer felicidade, mas quando o dinheiro vai embora, a felicidade se vai também.”

“Não julgue ninguém pelas roupas que a pessoa usa, pelo carro que ela tem ou pela casa onde mora. Nunca sabemos as reais condições e podemos nos surpreender no futuro. Só quem pode julgar é Deus!”

“Coma salada, faça exercícios e cuida da sua saúde. Quando chegar nos 60 ou mais você vai lembrar disse e pode se arrepender de não ter feito mais por você mesmo.”

“Dedique-se a diversas atividades, dessa forma, quando uma estiver em crise, você tem outras coisas com que se preocupar e não corre o risco de duplicar a importância do problema.”

“Não gaste o seu dinheiro com coisas que você não precisa. A moda vai e vem, o que você é, é pra sempre. Busque isso!”

“NADA É IMPOSSÍVEL!”

sábado, 5 de maio de 2012

Diário de Viagem – Estilo: cada um tem o seu. Londres tem todos!


Acho que essa é uma das coisas mais legais aqui em Londres, tem lugar pra todos os estilos.

Para começar, ninguém tá nem aí para o que estamos vestindo, como está o cabelo ou se a meia-calça está furada ou não. Se é preciso andar com um lenço na cabeça cobrindo o cabelo ou se a religião só permite que os olhos sejam vistos e o resto seja coberto, não tem problema. Londres é o lugar certo!

Aqui o conceito de moda toma uma dimensão completamente diferente do que já vi. Vale tudo. Se você se sente confortável, vale! 

Já cansei de ver no metrô mulheres indo para o trabalho com o cabelo todo despenteado; pessoas vestindo roupas que, para mim são um tanto “exóticas”, mas que, com um pouco de estilo ficam legais; punks, góticos e ‘emos’, circulam com suas roupas pretas, seus piercings às vezes chocantes para os mais conservadores e seus cabelos coloridos e bem trabalhados; homens com calças curtas, gravatas divertidas, meias de algodão com calça e sapato social, e por aí vai...

O fato é que não importa o que você vista, ninguém vai apontar pra você, ninguém vai rir, ninguém vai manifestar uma reação sequer. Sabe por quê? Porque aqui, é cada um na sua, cada um interessado na sua vida, no seu ‘business’ e não no dos outros. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Diário de Viagem – Vai de ‘bike’!


Tá aí uma grande ideia que o Brasil podia copiar... Em diversos pontos de Londres tem os chamados “Barclays Cicle Hire”, onde podemos alugar uma bicicleta para andar pela cidade.

É simples! Funciona assim: a gente vai a um dos terminais, paga por um determinado período para ficar com a bicicleta e é só sair andando. Encerrado o tempo, é só devolver a ‘bike’ a qualquer outro terminal. Os valores variam de acordo com o tempo, mas os primeiros trinta minutos são gratuitos.

Genial não é! E o mais incrível é que a população utiliza (e muito) o serviço! Mesmo com o trânsito caótico de Londres (no meu ponto de vista é claro), as pessoas costumam sair de casa de bicicleta. Vale lembrar que a ciclovia por aqui é bem vasta, embora o ciclista não seja tão respeitado quando deveria.

É bom para as pessoas que aproveitam pra se exercitar e levar uma vida mais saudável; é bom para o trânsito que fica menos caótico e é melhor ainda para o meio ambiente, que deixa de receber uma boa quantidade de gases.

Eu até quis tentar, mas como minha intimidade com a bicicleta não é muita, preferi não arriscar. 

Diário de Viagem – Markets


Portobello Market, Covent Garden Market, Spitafields Market, Columbia Flower Market, Borought Market, Camden Market, Petticoat Lane Market…

Apenas alguns dos muitos markets de Londres. Um jeito bom de comprar, onde se é livre para escolher, andar, passear, olhar... E onde é possível encontrar de tudo, desde roupas de segunda mão, até antiguidades, passando por comidas diferentes, sapatos, frutas, artesanatos, flores e todo tipo de bugiganga que se pode imaginar. 

Que shopping o quê?!?! O pessoal aqui adora é ir pro "market"!!

Borough Market

Camden Market

Covent Garden Market
Petticoat Lane Market

Portobello Road Market

Apple Market