quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Lei de Gérson

Fiz um evento esses dias para Secretaria de Educação do Estado do RS e fiquei realmente muito preocupada com o que vi.

Regras básicas foram estabelecidas para o bom andamento do evento. Uma delas foi a divisão dos membros de um mesmo grupo por cores, de maneira que ficassem separados uns dos outros.

Por mais incrível que pareça, essa simples regra foi desrespeitada e por mais incrível que pareça, presenciei coisas que me envergonho de relatar.

Vi professores e diretores de escolas trocando os crachás no saguão do evento, sem vergonha nenhuma, na frente de todo mundo.

Vi diretor de escola querendo entrar na sala que não era permitida e discutindo com o segurança, dando carteiraço do tipo “Você sabe com quem está falando?” e “Vamos ver quem vai me impedir de entrar aí!”.

Vi professoras discutindo porque queriam ficar na mesma sala a todo custo.

Vi coordenador pedagógico “pegando sem autorização” crachá com cor diferente daquela que foi entregue.

Vi professores saindo no meio da palestra pra ir dar uma voltinha no centro pra fazer compras.

E o pior de tudo, vi as pessoas que organizaram o evento dizendo pra não me preocupar porque isso é assim mesmo, as pessoas não respeitam as regras. Como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Agora me diz, é essa a educação que queremos pros nossos filhos? É isso que as escolas estão ensinando? A lei de Gérson?    

Duvido que algum desses professores ou professoras permitam que seus alunos façam isso na sala de aula. Mas... Cadê o exemplo? Chega de faça o que eu digo não faça o que eu faço!

Papo de ônibus - FÉ

Ontem, ouvi uma conversa entre duas pessoas no ônibus que me chamou a atenção.

No banco atrás de mim havia uma senhora e ao lado dela um homem que devia ter algo em torno de 28 anos. Ele lia a Bíblia silenciosamente. A senhora não resistiu e perguntou se ele estava mesmo lendo a Bíblia. Esse assentiu com a cabeça e ela disse “Deus te abençoe meu filho!”.

Não demorou muito, ela tentou puxar papo com ele:
“Eu fico emocionada quando vejo um jovem como tu lendo a Bíblia”
E o diálogo começou...
“Qual a religião da senhora?”
“Eu sou católica praticante, Graças a Deus! Leio a Bíblia todos os dias!”
“É, eu sou da assembleia de Deus.”
Ela repetiu:
“Fico emocionada quando vejo um jovem como tu lendo a Bíblia. Esse mundo tá tão perdido que me emociono.”
“É? Mas a senhora não pode se emocionar. A emoção não é de Deus!”

Nesse momento tive que olhar pra trás pra ver a cara do sujeito que teve a capacidade de dizer uma maluquice dessas. E a senhora, meio de boca aberta e sem entender o que o querido tinha falado, disse que se emocionava mesmo assim. O insensível encerrou o diálogo:
“Cada um com a sua crença”

Sabe quando dá vontade de se meter na conversa dos outros? Pois eu quase não me contive.

O sujeito está tão bitolado com a SUA crença que esquece que o DEUS é o mesmo para todos. A única coisa que a senhora quis dizer pra ele foi que fica feliz de ver que mesmo jovem, ele acredita e tem fé em Deus. Agora, me dizer que emoção não é coisa de Deus???? COMO ASSIM?????

Nós somos todos filhos de Deus. Quer coisa mais cheia de emoção do que o ser humano?

Ele estava lendo a Bíblia todo cheio de razão. Mas porque isso quer dizer que ele tem mais fé do que eu, por exemplo? Ele lê a Bíblia, mas não foi capaz de praticar alguns dos ensinamentos do Filho de Deus no ônibus com a senhora como o respeito, a educação, a compreensão, o diálogo, a troca de experiências, o cultivo da fé, entre outros tantos. Pelo contrário, ele não deu a mínima pra senhora, foi como se a religião dele fosse a certa e a única e a da senhora fosse bobagem.

Emoção não é de Deus?? Francamente!!!
Me indignei!

Lições de uma jornalista

Dez e meia da noite, eu pego uma carona até a parada do ônibus no centro da cidade. Desço e escuto a pessoa dentro do carro falar “Tu não tem medo?”. Perguntei porque e ela respondeu: “Vai pegar esse ônibus a essa hora da noite?”. Esse ônibus era um Restinga. Respondi que não e desci do carro.

Fiquei pensando porque a pessoa achou que eu teria medo. Será que é por causa do horário? Das pessoas? Do local? Acho que é um misto de todas as alternativas anteriores.

Não culpo nem julgo a reação, até porque se agiu assim é porque se preocupa comigo, o que é louvável. Mas gostaria de esclarecer algumas coisas com relação ao assunto.

Primeiro: o centro de Porto Alegre, agora Centro Histórico, não é, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o lugar mais perigoso da cidade. Em qualquer hora do dia ou da noite, é possível ver policiais nas ruas, coisa que não acontece em outros bairros. Muitas pessoas circulam nas ruas do centro em todos os horários, o que faz com que os assaltos, e abordagens duvidosas, sejam raros. Por isso, não tenho medo nenhum de andar no centro, seja a hora que for.

Segundo: as pessoas que pegam ônibus são pessoas comuns, trabalhadoras, que dão duro o dia todo e só querem voltar pra casa em paz no final do dia. Elas definitivamente não oferecem risco algum, mesmo que algumas pessoas não estejam de banho tomado ou bem arrumadas, ainda assim, não há risco.

Terceiro: a restinga é um bairro muito mal falado e muito pouco conhecido. É tido como um bairro violento, onde a droga rola solta e tudo mais. Isso existe sim, mas existe tanto quanto em todos os outros bairros da cidade. Quem não conhece a Restinga de perto, não conhece o bairro tranquilo, onde as crianças brincam na rua, onde é possível comprar frutas, verduras, produtos de limpeza e outras coisas na porta de casa, onde a maioria das pessoas se conhece e se cumprimenta.

Muitas vezes a gente escuta o que os outros dizem e forma a nossa opinião com base nas informações que nos foram passadas. Cuidado! Antes de correr o risco de formar uma opinião equivocada e ter um pré-conceito de algum lugar, alguém ou o que quer que seja, busque mais informações, vá atrás, confira, cheque, veja com seus próprios olhos. Se não for assim, pelo menos escute o outro lado da história e não defenda uma opinião que não é sua. 

Máquina do tempo

Estranho entrar de novo naquele lugar, caminhar nos corredores, reconhecer os professores daquela época que ainda continuam os mesmos.

Quando ouvi o sinal do recreio tocar, senti como se tivesse voltado no tempo, aos 14 ou 15 anos. Lembrei dos colegas, cada um deles, como se ainda estivéssemos ali. Éramos tão unidos, parecia que aquela amizade nunca ia se apagar, era o que a gente queria. Como será que estão hoje, tive notícias de poucos...

Fiquei ali, ouvindo aquele barulho de colégio que tanto fez parte da minha vida e que hoje, pra falar a verdade, me incomodou um pouco. Foi bom relembrar o tempo em que éramos tão inocentes e nos achávamos o máximo, achávamos que podíamos tudo, que nada ia nos atingir.

Entrei na sala que um dia foi minha e ela continua igualzinha, as mesmas mesas, cadeiras, quadro, tudo igual. O que muda são as pessoas que ocupam cada lugar, o grupo que substitui o anterior.

Tudo igual e tudo diferente ao mesmo tempo. O colégio evoluiu, fez reformas, melhorou sua estrutura, mas a parte antiga, a parte que conheci muito bem, essa continua a mesma, com os mesmos ladrilhos nas paredes, com o mesmo cheiro nos corredores, as mesmas pias e espelhos nos banheiros.

O mais estranho de tudo, é olhar os professores. Alguns continuam lá e devemm ter estranhado a minha cara de surpresa olhando pra eles. Seria pretensão minha querer que eles me reconhecessem, mas eu os reconheci. Cada aula, cada lição inesquecível e as tantas outras que não entraram na minha cabeça.

O tempo passou, eu passei, nós passamos, mas o colégio continua lá, em pé e vivo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Lições da vida

Essa semana descobri o que realmente significa a expressão “dói no rim”. Já tinha ouvido algumas vezes, mas nunca soube o verdadeiro porque de ser no rim e não no coração ou outra parte qualquer do corpo.

Pois uma bela infecção no rim me fez descobrir a força dessa expressão. Uma semana de molho por causa do dito cujo. Dores quase insuportáveis, repouso absoluto e muita água (4 litros por dia).

Bom pra pensar na vida, desde os assuntos mais triviais até os mais complexos, sim, porque tempo não faltou.

Conversei comigo mesma por longas horas, reparei que na janela do meu apartamento existe uma árvore linda e que muitos passarinhos moram nela, li a bula de todos os remédios que estou tomando, decorei toda a programação da televisão e li alguns dos livros que há muito tinha vontade e não tinha tempo. Resolvi não ficar no computador, não ler e-mails, fofocas, notícias ou postar coisas sobre a minha situação no facebook.

A gente sempre acha que o tempo é curto e que ficar um tempo de repouso é bobagem, afinal de contas, temos tantas coisas pra fazer que nossas horas vagas já estão totalmente comprometidas, mas, mais cedo ou mais tarde o nosso corpo dá sinais de que as coisas não vão muito bem e se não dermos atenção aos sinais, a pausa, o descanso, vai ser obrigatório e forçado. Pode acreditar!