sábado, 31 de março de 2012

Diário de Viagem – Regrinha básica de convivência

Sabe aquelas pequenas coisinhas que a gente repara e que chamam atenção?

Tem uma que eu reparo sempre, aquela básica de esperar os outros saírem para depois entrar, seja do elevador, da sala, do metrô, enfim, a regra vale pra todos.

Por mais lotada que a estação esteja, por mais pressa que as pessoas tenham, elas sempre esperam quem está dentro do trem sair para só depois disso entrar calmamente. Sem atropelamentos, sem correria, sem estresse.

Nas escadas rolantes das estações, quem está com pressa sobe correndo à esquerda e quem não está, fica parado no lado direito da escada. O mais incrível é que todo mundo segue os avisos (sim, tem avisos pedindo que as pessoas fiquem a direita).


E se nós, turistas, não nos ligamos nisso, não tem problema, mais cedo ou mais tarde, alguém nos pede licença pra passar e nos damos conta de que estamos fazendo errado.

EDUCAÇÃO é tudo!

Diário de Viagem – Tudo começa e acaba cedo

É incrível como a diferença cultural está nas pequenas coisas. Aqui em Londres, parece que tudo começa e termina cedo. Até eu, que sou uma pessoa extremamente noturna, acho que estou me adaptando, e quem sabe até gostando, dessa vida regrada, certinha, britânica.

Pra começar, quero deixar bem claro que estou falando aqui de lugares em geral, não dos “points” da cidade. Londres, como toda boa capital cosmopolita tem seus lugares que nunca dormem como “Piccadilly Circus” e “Soho”.

O primeiro choque foi quando cheguei na casa. Na lista de regras (sim, tem uma lista de regras) um dos tópicos era o horário da janta, às 19h. No Brasil, às 19h eu nem pensava em comer, não tinha fome. A janta sai mais ou menos às 21h. Ok! Regras são regras e me adaptei. Por mais incrível que possa parecer, eu, hoje, totalmente adaptada a essa rotina, se não janto às 19h, já estou morrendo de fome e com a barriga roncando alto.

Aqui o metrô funciona até a meia noite, depois disso só de ônibus. Eu particularmente, não sei andar de ônibus ainda e acho que não sou a única, porque quando chega perto desse horário, os Pubs começam a esvaziar, o pessoal começa a ir embora e lá pela meia noite, já está tudo fechando. As ruas ficam vazias.

Dorme-se cedo em Londres. Na minha casa, às 22h, já não se escuta um barulhinho sequer. Estão todos no berço.

Cada dia que passa, fico mais encantada com essas diferenças culturais. É um aprendizado diário!

terça-feira, 27 de março de 2012

Diário de Viagem – Frieza Britânica

Quando se fala nos ingleses, a primeira coisa que vem à cabeça é que são um povo muito fechado, frio, que não gosta de papo com desconhecidos.

Não conheço muitos britânicos. Talvez porque, embora esteja em Londres, convivo com gente de todos os lugares do mundo, menos os próprios. Os poucos que conheço, professores e filhos da dona da casa, não me parecem assim tão frios como se pensa.

É claro, é muito difícil conhecer pessoas na rua. Aqui ninguém tá muito aberto para o papo casual, ninguém fala do tempo no metrô por exemplo. É cada um na sua e pronto. No entanto, todas as vezes que precisei de alguma informação fui prontamente atendida e com muita gentileza, mesmo quando não entendia e eles tinham que repetir, sempre fui tratada do mesmo jeito.

Domingo fui visitar um lugar chamado “Kensington Gardens”. O dia estava maravilhoso, todo mundo saiu de casa para aproveitar o sol que, ultimamente, tem brilhado constantemente aqui em Londres.

Caminhei pelos gramados, entre as pessoas e tirei muitas fotos. Me chamou atenção um senhor que estava por ali alimentando os patos na beira do lago. Ele chamava e os bichos vinham comer na mão dele. Me aproximei pra tirar algumas fotos e me surpreendi quando ele puxou assunto comigo.

Conversamos um pouco e ele perguntou de onde eu era. Disse que era brasileira e daí sim que o senhor soltou a língua. Falou de futebol, economia, meio ambiente, tudo que veio a cabeça. Me convidou pra tomar um café, mas como eu, como toda boa brasileira sou meio desconfiada, agradeci e recusei. Continuamos conversando mais um pouco enquanto terminávamos o trajeto, nos despedimos e seguiu cada um pro seu lado. Não sei o nome dele e ele não sabe o meu. Não nos apresentamos, apenas conversamos. Bom pra ele que parecia um pouco carente de pessoas, bom pra mim que pude praticar um pouco meu inglês com um nativo.


domingo, 25 de março de 2012

Diário de Viagem – Comida

Sabe quando dá mais saudade de casa? Na hora das refeições. Não que a comida seja ruim, muito pelo contrário, é bem boa, mas é bem diferente também. As coisas não tem o mesmo gosto, embora tenham o mesmo nome, a mesma forma, a mesma consistência...

Feijão não tem o mesmo gosto, o milho é doce, a manteiga não é tão boa (talvez mais saudável), pudim não é pudim é torta, cuscuz é algo completamente diferente daquilo que conheço, nem a água escapa, tem um ‘gosto’ diferente.

E hoje, domingo, eu só queria era comer um churrasco com gosto de churrasco. Será que é pedir de mais? 

sábado, 24 de março de 2012

Diário de Viagem – Chimarrão Internacional

Pois é... Eu assim como a imensa maioria dos gaúchos que viaja pra fora do Estado ou do País, trouxe comigo o chimarrão. Por dois motivos, primeiro pra matar um pouquinho a saudade de casa e segundo pra espalhar um pouco da nossa tradição no mundo.

Moro em uma casa onde a “host” (ou anfitriã), é natural da Indonesia e tem mais dois estudantes aqui na casa, um japonês e um suiça. A primeira vez que fiz o dito cujo, foi uma sensação. Todos quiseram ver, saber o que é e, claro, provar.

A reação foi a mesma nos três casos: “Very bitter! Very bitter” (Muito amargo!)

Todos os dias, antes do jantar, preparo o meu chimas e mato um pouquinho da saudade da minha terra. 




quinta-feira, 22 de março de 2012

Diário de Viagem – Westminster Abbey



Londres tem milhares de lugares interessantes pra conhecer. Ruas, lojas, museus, galerias, praças, parques e por aí vai...

Mas alguns desses pontos turísticos estão no roteiro dos 10+ e a Abadia de Westminster, certamente é um deles. A começar pela sua imponência. É um lugar imenso, que guarda muita história em cada pedacinho de parede. Ficou muito famosa depois do casamento da Duquesa de Cambridge e o Príncipe William.

Alguns lugares são tão lindos e tem tanto significado que fazer a gente chorar baixinho e pra mim, entrar nesse templo foi uma experiência desse tipo. Chorei. É emocionante saber que estamos pisando em um lugar que tem milhares de anos e que já passaram por ali centenas de reis e rainhas, poetas e personalidades de cada época.

O tour é longo e precisa ser feito com muita calma para apreciar cada pedacinho escondido ali. É preciso estar atento aos detalhes das sepulturas, dos portões, das paredes, das portas. Não se pode perder nem um detalhe.

Cenário de filmes como “O Código da Vinci” que podemos ter ao alcance dos olhos e perceber que é tudo real. Realíssimo. Conservadíssimo. Resistente ao tempo, à guerra e aos homens que já quiseram destruir um lugar tão maravilhoso e rico.

De hora em hora, um minuto de oração. Orei e acendi uma vela pelos meus vivos e pelos meus mortos. Pedi proteção, saúde e alento pro meu coração apertado. Saí de lá impressionada e renovada. 



quarta-feira, 21 de março de 2012

Diário de Viagem – De longe mas perto

Hoje a Juju, minha irmã mais nova, me contou sobre as aventuras que viveu na sua primeira viagem oficial de ônibus. Toda empolgada, contou tudo nos mínimos detalhes, aqueles detalhes tão mínimos que só lembramos de contar quando somos crianças (ou adolescentes). Fiquei ouvindo pelo Skype e lembrando da primeira vez que vivi a mesma situação. Foi uma aventura, realmente. Mas eu tive companhia, a Flávia, o recheio. Acho que foi mais fácil pra nós porque tínhamos uma a outra. Se acertamos, acertamos juntas; se erramos, vamos resolver juntas também.

Julinha, eu sei que foi difícil e fico muito feliz que tu tenhas conseguido chegar no teu objetivo (no caso em casa), sã e salva. Tu não tem noção de como isso vai ser importante pra ti no futuro. Eu não tinha...

Sabe quando nossos pais dizem coisas do tipo “quando tu crescer tu vai entender tal coisa”? É a mais pura verdade. Tem coisas que a gente só entende com o tempo e tem coisas que a gente só entende quando a vida vem e nos ensina, as vezes da pior maneira, às vezes de uma maneira não tão ruim mas nem por isso menos difícil.

Eu aprendi... Eu estou aprendendo...

Estou aprendendo muito sobre mim, sobre o que eu quero e o que eu não quero, o que eu gosto e o que eu não gosto, estou aprendendo a me conhecer melhor, a ser mais independente, a depender menos dos outros pra viver, pra ser feliz. É claro que precisamos das pessoas que nos rodeiam! Mas não podemos de jeito nenhum depender delas. Um dia elas podem não estar ali do nosso lado e temos que saber o que fazer, como seguir em frente.

Fico orgulhosa de ti mana por ter conseguido superar os teus medos, as tuas vergonhas, os teus desafios. Acredite, é o primeiro de muitos outros que virão pela frente.

domingo, 18 de março de 2012

Diário de Viagem – St. Patrck’s Day Parade x Carnaval

A explicação dos ingleses para o que exatamente é a St. Patrick’s Day Parade é: “Something like carnaval”. Ok! Lá se foi a Gabriela de manhã toda empolgada.

Ok, até tinha um “quê” minúsculo de Carnaval, mas convenhamos não tem nem comparação!

O que mais se aproximou disso foi um pequeno grupo que se reuniu no que vou chamar de “pequena bateria de escola de samba”, algumas mulatas (não tão mulatas assim) e um passista gringo bem esforçado.


Minhas expectativas foram maiores porque eu imaginava uma coisa e vi outra completamente diferente. É legal, bonitinho, pouco animado mas valeu o passeio.

Lição para levar: Não pergunte o que é, espere e veja. A surpresa não cria expectativas.







Diário de Viagem – PRIMARK, o paraíso das compras!

Londres não é um lugar legal só pra quem é cult. Londres também tem lugar para aquilo que é, digamos... fútil.

Caminhando pela Oxford Street, uma das mais badaladas ruas da cidade, encontrei a tal Primark, loja de que tanto ouvi falar antes de vir pra cá. Quem já veio me deu várias dicas e entre elas, sempre a tal Primark.

Não tem jeito, mulheres, homens, crianças, jovens, senhores e senhoras, todo mundo libera o seu instinto consumista dentro da loja. Ainda mais em épocas como essa, de troca de estação (leia-se liquidação).

São milhares de pessoas disputando um espaço entre os corredores da loja, carrinhos abarrotados de coisas, turistas (como eu) enlouquecidos com os preços das coisas.

Ridiculamente barato! Daí você pergunta: “Mas não tem que multiplicar tudo por três?”. SIM! E mesmo assim, continua ridiculamente barato! Já imaginou comprar um casaco de lã por R$ 30? Calcinhas por R$ 3? Camisetas básicas masculinas e femininas por mais ou menos R$ 7,50? Sapatos por R$ 36? E roupinhas de bebê por R$ 3? Pois é! Loucura! Nem nas melhores liquidações no Brasil eu vi isso!! Nem na Voluntários da Pátria (rua de Porto Alegre famosa pelos preços baixíssimos) vi coisas nesse preço!!

A única coisa mais complicada é descobrir o tamanho. Para a parte de cima é fácil, basta colocar por cima e tá feito. Aliás, se faz muito isso dentro da loja, volta e meia é possível ver um homem sem camisa, uma mulher tirando as várias camadas de blusões para provar uma roupa na frente do espelho.

No caso dos sapatos a numeração é bem diferente, tem que experimentar. E para as calças e afins, vou confessar que ainda não tive coragem de experimentar. A fila para provar as roupas é tão grande que as duas vezes que fui lá desanimei. E também ainda não achei nenhum modelo que me agradasse muito, embora o preço seja maravilhoso, uma média de R$ 27.

Bolsas, coisas para o cabelo, malas, nécessaires, toalhas, travesseiros, almofadas, óculos, relógios, maquiagens, tudo que imaginarmos tem ali e com um preço maravilhoso!!!

Chega a ser engraçado ver algumas pessoas saindo de lá só com uma sacolinha enquanto os turistas saem com duas, três, quatro sacolas gigantes.


sábado, 17 de março de 2012

Diário de Viagem – St. Patrick’s Day

Para aqueles que não sabem, hoje é dia de St. Patrick, padroeiro da Irlanda. Aqui em Londres, o dia também é comemorado com muita festa. Todo mundo coloca roupas verdes, chapéus verdes, maquiagem verdes... E não preciso dizer todo mundo bebe muito nesse dia né?! Não sei como acham o caminho de casa depois...


Depois de um dia cansativo de caminhada e visitas a uma pequena parte dos pontos turísticos de Londres, cheguei em casa exausta, louca para descansar. Mas... Quando cheguei em casa, na hora da janta, o povo diz: “Como assim não vai sair hoje é St. Patrick’s Day!”.

Começa um dilema dentro de mim... Sair ou não sair, eis a questão. Tinha uma festa organizada pela escola, eu tava com o cartão de desconto na mão, uma cerveja de graça... FUI!

Nunca gostei de sair sozinha. Pra mim não tem a menor graça. Mas, como um pessoal da minha turma ia achei que podia encontrar eles lá. Por via das dúvidas, liguei para uma amiga brasileira, mas ela estava em Dublin. Ok, vou sozinha mesmo, paciência. Peguei a câmera fotográfica (minha companheira inseparável) e fui.

Quando está quase na minha vez de entrar no pub, vem uma pessoa lá de dentro gritando que estava muito cheio e que ia demorar um pouco pra liberar a entrada. Não pensei duas vezes. Saí da fila e fui caminhar.

Piccadilly Circus é um bairro boêmio, cheio de bares, cheio de ruas que desembocam em outras ruas simpáticas e bem badaladas também. Cheio de anúncios em neón, muita gente e de todos os tipos.

Piccadilly Circus
Believe It or Not (museu)
Loja de brinquedos
M&Ms World
Não voltei pro bar. Comprei uma cerveja e voltei pra casa. Esse desvio de rota me rendeu mais umas 100 fotos.

Viva St. Patrick!! 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Diário de Viagem – Transporte Público


Á primeira vista parece muito complicado de entender...



Mas... depois de conhecer e dominar (um pouco) o transporte público em Londres, eu só posso sentir pena dos estrangeiros que vão pro Brasil, principalmente Porto Alegre (porque é a minha cidade).

É definitivamente impossível se perder em Londres. Em todos os lugares tem placas indicativas com nome da estação, placas direcionais para todos os lados dizendo o local de cada linha, mapas e mais mapas distribuídos dentro da estação, dentro dos trens, placares luminosos que avisam quanto tempo cada trem vai demorar (e acredite, não falha nunca)... Basta ter um pouquinho de boa vontade pra entender como funciona.

Quanto aos ônibus, a mesma coisa, muitas estações, cada uma com o nome e o roteiro de cada ônibus que passa ali, placar eletrônico com o tempo de espera, tudo coisa básica para o turista se encontrar.

Isso tudo sem falar no tal cartão que integra tudo. Com ele você pode andar de ônibus e trem quantas vezes quiser por dia. É caro, mas vale a pena, o transporte é de qualidade, rápido e apesar de cheio, ainda não vi movimento como o do R10 às 18h.  

Fico pensando no pobre turista que vai visitar Porto Alegre. Se muitas vezes nós, nativos, não sabemos como chegar a determinado lugar de ônibus, como é que o coitado perdido vai descobrir? Sem contar a demora, o desconforto, a quantidade de pessoas que lotam os ônibus todos os dias nos horários de “pico”. Complicado...

Espero que o nosso metro venha logo e um dia eu possa ter orgulho de dizer que o nosso transporte público é tão bom quanto o de Londres.

Sonhar não custa nada... 

terça-feira, 13 de março de 2012

Diário de Viagem – Brothers and Sisters

Sim! Dá vontade de falar português, e muita!
Deve ser por isso que os brasileiros se reúnem em qualquer lugar do mundo.

Tem horas que dá vontade de dizer coisas simples, falar sem pensar, resmungar alguma coisa, responder sim e não, coisas que em outra língua não são tão naturais embora sejam. Difícil explicar...

Hoje encontrei alguns brasileiros na escola. É incrível como conseguimos nos reconhecer na hora, não sei como, mas é inconfundível. De cara já me perguntaram se eu era brasileira e começamos a conversar em português, nada de mais, mas foi tão bom... deu pra matar um pouquinho a vontade. Sim, porque aqui se dorme e acorda pensando em inglês.

Na escola todos parecem tão tímidos, mas basta ver os orientais conversando entre si, os italianos, os espanhóis, os franceses, enfim, dá pra perceber que ninguém é tão tímido, pelo contrário, o que acontece é que as vezes, não sabemos falar a tal palavra em português e acabamos não nos comunicando uns com os outros com a mesma naturalidade.

Acho que é por isso que fora do país de origem, qualquer conterrâneo vira irmão. 

segunda-feira, 12 de março de 2012

Diário de Viagem - Primeira Impressão

Se a primeira impressão é a que fica, o que tenho a dizer sobre Londres é o seguinte:

- Uma cidade linda, organizada mas com trânsito bagunçado.

- Pessoas civilizadas que respeitam regras básicas de convivência que em alguns lugares do mundo nem se conhece.

- Transporte público de qualidade, complicado de entender de início, mas se tiver um bom professor, olhar os mapas e meia dúzia de neurônios fica facílimo de se locomover por todos os cantos da cidade.

- Se perder em Londres é bom porque você pode encontrar coisas que nem imaginava no caminho.

- Arquitetura maravilhosa. É difícil ver, em áreas residenciais, prédios gigantescos. No geral, a cidade tem um tamanho vertical de três ou quatro andares.

- Casas são maioria (pelo menos no bairro que moro), grandes, de pelo menos três andares. E geralmente, são umas iguais às outras. Ah sim, estacionar os carros sem respeitar a "mão" da rua é coisa muitíssimo comum por aqui.
Mexfield Road
- Comer fora de casa é caro, bem caro. Logo, morar em Londres pode ser uma aventura culinária.

- Orientais estão espalhados por todos os cantos da cidade. Difícil olhar pro lado e não ver os típicos olhinhos puxados por perto. 

domingo, 11 de março de 2012

Diário de Viagem - Pôr do Sol

Enfim, um ciclo se encerra para que outro comece. Meu ciclo se encerra como o ciclo do sol que nasce e se põe todos os dias.



Agradeço antecipadamente por tudo que vou viver a partir de agora e já me preparo para a transformação profunda que essa viagem vai significar na minha vida.

Deixo de ser menina pra virar mulher. Me aguardem! 

Diário de Viagem - Até breve

Se tem uma coisa que eu detesto nessa vida são as despedidas. Já sofri tanto com elas quando era pequena, vivia mudando de cidade, me despedindo dos amigos que fazia, chorando a saudade e esperando reencontrá-los um dia (coisa que aconteceu com muito poucos).

Quando nos despedimos de quem amamos, de quem importa pra nós, mesmo que a viagem seja por pouco tempo, dói. Dói como se deixássemos um pedaço de nós ali. Pelo menos eu sinto assim. Acho que porque sou intensa em tudo o que faço.

O que consola essa dor é saber que o reencontro tem data marcada pra acontecer e que as lágrimas que hoje derramamos de tristeza pela separação, amanhã serão de pura felicidade.

“Assim é que, partindo, eu vou levando
Toda a desolação de um até quando
Num ardente desejo de até breve”
Vinícius de Moraes

quinta-feira, 8 de março de 2012

Diário de Viagem - O Começo

Difícil explicar o que estou sentindo nesse momento. Tão difícil que há dias tento escrever sobre o assunto, risco e rabisco, digito e apago, mas só agora decidi (ou não) o que escrever.

Daqui a dois dias, minha rotina vai mudar completamente. Durmo em Porto Alegre, acordo em Londres.

Sim, eu estou feliz. Sim, estou realizando um de meus 20.597 sonhos. Sim, estou ansiosa. Sim estou com aquele frio gostoso na barriga. Sim, estou com medo. E na medida em que o tempo vai passando, esses sentimentos vão ficando cada vez mais intenso.

Vou desembarcar em uma cidade onde não falo fluentemente a língua das pessoas, onde não tenho a menor idéia de como funcionam os metrôs e ônibus, não sei o tipo de comida e pessoas que vou encontrar por lá, não sei o nome das ruas nem de nada e não vou ter nenhum dos meus portos-seguros por perto.

Um vôo longo intenso e com certeza, muito diferente de tudo que já fiz.

Não estou com medo de nada que não seja o desconhecido. Sei que vou me virar muito bem, sei que logo já vou saber nome de ruas e vou conseguir andar pra lá e prá cá, sei que vou fazer novos amigos e sei que na hora de ir embora vai dar aquela vontade de ficar. Vai ser uma experiência incrível!

Mas eu sei também que a saudade vai doer. Saudade imensa que vou sentir de algumas pessoas em especial, mas mais do que saudade, a vontade de compartilhar cada momento. Compartilhar no sentido real da palavra. Compartilhar as descobertas, as dúvidas, as incertezas, e não apenas fotos pela rede.

Serão dois longos meses longe de casa, longe das pessoas que amo. Só tenho a agradecer pela oportunidade, pelo apoio que recebi de todos, pelo carinho e pela compreensão do meu estresse pré-viagem.

Resumindo: vou crescer, amadurecer, criar asas e voar.

Começa aqui o meu Diário de Viagem.