terça-feira, 26 de março de 2013

Presentão hein?!

T3 às 18h10
No dia em que a capital gaúcha completa 241 anos, nós, cidadãos ganhamos um belo presente. A passagem aumentou em Porto Alegre. Vinte centavos. Pode não parecer muito, mas para quem pega quatro ônibus por dia, esse aumento já é sentido no bolso quando acaba o mês.
A minha crítica não é diretamente contra o aumento da passagem, é contra a falta de respeito que o passageiro sofre dentro dos ônibus de Porto Alegre. É um tempo inacreditácel de espera para pegar o ônibus, quando chega está lotado (lotado mesmo, no pior sentido da palavra) e demora mais um tempão para chegar ao destino. Sem contar que a maioria não tem ar condicionado, a falta de respeito dos cobradores e motoristas (sem generalizações, ok?!).
Não tem problema pagar caro por um serviço. Desde que ele seja de qualidade.
Não tem problema estar lotado. Desde que não demore pra chegar.
Não tem problema demorar pra chegar. Desde que as pessoas sejam acomodadas confortavelmente.
Enfim... O problema maior é que todos os problemas estão presentes simultaneamente.
Desde que voltei de Londres, a coisa que mais me faz falta é o transporte, o bom, confortável, rápido e pontual UNDERGROUND (metrô)! As vezes ele é cheio sim, mas se você decide esperar pelo próximo, tem a certeza de que em cinco minutos ele está ali na estação de portas abertas. E se decide entrar mesmo com ele cheio, tem a certeza de que vai chegar rápido no seu destino. As viagens mais longas (aquela que cruza a cidade) dura mais ou menos 30 minutos, 40 no máximo. Me diz aí... Quanto tempo leva pra ir da Restinga até o Centro de Porto Alegre?? Pois é... De cortar os pulsos...
Depois que conheci o transporte público de qualidade é impossível não me sentir envergonhada, humilhada, indignada, irritada, cada vez que pego ônibus em Porto Alegre. 
SOCORRO!!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Que fé é essa?

A eleição do novo Papa traz um pouco de esperança que a fé volte a assolar o povo que carece dela. Em contrapartida, um sem-vergonha presidindo a Comissão de Direitos Humanos traz vergonha e um sentimento de impotência aos brasileiros que, já tão descrentes, perdem o pouco de esperança que resta.

“A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, a rejeição”

“Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Depois vai pedir um milagre pra Deus e Deus não vai dar. E vai falar que Deus é ruim!”

“Depois da união civil, virá a adoção de crianças por parceiros gays, a extinção das palavras pai e mãe, a destruição da família”

Lendo assim, parece mentira que as frases acima foram ditas pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, excelentíssimo senhor pastor Marco Feliciano.

Nessas horas é difícil pensar que o Brasil tem jeito... Pior... Dá vergonha de ser brasileira.

É horrível pensar que no nosso país existam pessoas que se utilizem da fé, ignorância, ingenuidade ou burrice alheia para levar vantagem. É mais inadmissível ainda imaginar que uma pessoa que se atreve a dizer frases como essas publicamente, tenha sido eleita para presidir uma comissão do que quer que seja.

E depois querem que a gente tenha fé?

Assim não há Papa bondoso, caridoso, carismático, comprometido com os pobres, que dê jeito na situação...

segunda-feira, 11 de março de 2013

Saudade de sentir saudade


Parece que foi ontem que eu entrei naquela sala de embarque sozinha com olhos molhados e o rosto inchado de tanto chorar a saudade que eu tinha certeza que ia doer assim que eu entrasse no avião.

Hoje faz exatamente um ano que cheguei em Londres. Uma cidade desconhecida que me esperava cheia de novidades, medos, surpresas e desafios.

Aprendi muito durante os dois meses que estive lá, e hoje, um ano depois, sei o quanto me valeu a viagem e sei também que aproveitei cada segundo que estive lá apesar das dificuldades que passei.

Nem tudo são flores... É difícil lidar com a saudade. É difícil deixar a sua cidade e se ver, de repente, sozinha em um lugar onde não falam a sua língua, onde é você quem tem que aprender e se adaptar a cada instante. Deixei pra trás minha família que me dá segurança sempre que me sinto frágil, meu namorado que me dá carinho quando me sinto sozinha, triste ou simplesmente quando preciso de um abraço, meus amigos que me divertem sempre.

Foi difícil... Mas foi maravilhoso!

Foi bom me descobrir, me reinventar, me conhecer. Saber quais são as minhas preferências e vontades, do que eu gosto e do que não gosto...

Cresci. Amadureci. Voltei.

Hoje, olhando as fotos que tirei durante a viagem, não consigo organizar em palavras o que sinto. É uma confusão de sentimentos...

Fico feliz pela experiência, relembro todas as angústias e posso me sentir novamente lá, chorando de saudades depois de desligar o Skype, estudando todas as noites antes de dormir, planejando os lugares que iria conhecer no outro dia, escrevendo para transmitir um pouco do que estava se passando por lá, me esforçando para curtir tudo da melhor maneira possível...

Engraçado sentir esse nó na garganta... Sinto saudades... Saudades da “independência”, saudades de ter apenas a preocupação de estudar e aproveitar ao máximo a estadia, saudades de sentir saudades...

Ás vezes fico me perguntando: se pudesse voltar, ficaria mais tempo?

Não sei... E confesso que essa pergunta me angustia um pouco... Não gosto de pensar no “SE”...

A única certeza que eu tenho é que Londres é uma cidade encantadora, mágica e muito atraente e para onde voltarei em outras oportunidades sempre que possível.