sexta-feira, 20 de julho de 2012

Espiadinha


Sabe saudade??

Não estou falando de saudade de alguém, mas saudade de tempo.

Pois é... Hoje bateu uma saudade de um tempo que passou... Culpa de fotos, vídeos, músicas e outras coisas que me transportam direto para lá.

Em certos momentos a vida pede (obriga) que a gente faça escolhas. Escolher o caminho que vamos seguir não é fácil. Se pelo menos fosse possível dar uma espiadinha no futuro pra ver como seria... Mas não dá! É preciso escolher no escuro, medir na hora os prós e contras, pensar, refletir, discutir e decidir.

Eu fiz a minha escolha, não me arrependi nem um momento. Mas hoje, vendo que o caminho número 2 me levaria para um lugar totalmente diferente do que eu já imaginei pra mim e que eu com certeza gostaria de estar lá, me bateu uma vontade de pegar o caminho de novo...

Agora, o destino me aparece de novo com uma escolha dessas... E de novo, uma guerra começa dentro de mim.
Minha cabeça diz que agora é mais difícil, as coisas já estão encaminhadas para um lado diferente, já fiz meus planos, já reprogramei a minha vida certinha, já tracei novos objetivos, que o passado fez a sua parte e foi, passou... Mas o meu coração tenta sair do sufocamento em que o coloquei para gritar algo do tipo “Me segue que tu não vai te arrepender!”.

Se pelo menos fosse possível dar uma espiadinha no futuro...

Vai que...


Sempre fui a primeira a falar que se as coisas não são melhores no Brasil, boa parte da culpa disso é dos brasileiros que adoram reclamar, mas fazer uma mobilização que é bom nada.
Acontece com muitos de nós, criticamos o sistema, ficamos com raiva, expomos nossas ideias para amigos, familiares, mas nada passa da porta de casa.

Indo para o trabalho esses dias, com o ônibus lotado (para começar bem o dia), fiquei pensando nisso. Quantas vezes já liguei para EPTC (órgão que fiscaliza o transporte público), reclamei, expliquei, aguardei soluções e nada, nem uma pequena melhora.

Antes eu me irritava, ficava indignada com a situação caótica do transporte coletivo em Porto Alegre, mas a única coisa que mudava era o meu humor. Já chegava irritada no trabalho e começava mal meu dia.

Cansada disso, resolvi mudar meu comportamento. Hoje eu pego ônibus e tento (sim, ainda tento) não me estressar. Meu próximo passo é comprar um carro, uma moto, uma bicicleta que seja, mas que me tire do tumulto e me leve com um pouco de conforto para casa ou trabalho.

Se isso me deixou mais feliz? Não, na verdade me sinto um pouco culpada porque vou colocar mais um veículo num trânsito que já está no limite do caótico. Me sinto triste porque sei que um transporte público de qualidade seria a solução para muitos problemas e eu adoraria usufruir de um. Mas... Como já diziam os sábios, é mais fácil mudar o nosso comportamento do que mudar os outros.

É triste ver que as nossas reclamações não dão em nada e que a alternativa que nos resta é o conformismo.

Mas como eu sou brasileira e não desisto nunca, enquanto tiver que me sujeitar a isso, vou divulgando o telefone para reclamações entre os passageiros que volta e meia reclamam dentro dos ônibus.

Vai que um dia muda...

terça-feira, 17 de julho de 2012

Autoajuda


Livrarias sempre foram um lugar mágico para mim. Sempre adorei ficar folheando os livros, lendo títulos e “orelhas”. Confesso que há um bom tempo que não fazia isso, mas ontem, durante uma longa espera no shopping, resolvi entrar em uma.

Lá pelas tantas me deparei com uma seção chamada autoajuda. Era um tal de “O poder dos quietos”, “Porque os homens amam mulheres poderosas”, “Como conquistar um amor em 60 segundos”, “A linguagem corporal do amor” e tantos outros.

Tantos títulos que fiquei pensando na situação das pessoas... Sim, porque se tem tanto livro desse tipo é porque tem muita gente comprando e precisando.

Não tenho realmente nada contra eles, já li alguns até (e que atire a primeira pedra que nunca sequer folheou um), mas pra mim, se é pra ler sobre amor, sou muito mais um bom romance!

As pessoas estão tão preocupadas em encontrar regras de como viver, como amar, como enriquecer, como criar os filhos e coisas desse tipo que acabam esquecendo de viver, de se divertir, de curtir as coisinhas da vida.

Para a vida ser boa, a gente é que tem que inventar a receita. Não adianta copiar a receita dos outros porque os ingredientes são bem diferentes!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quando a ignorância mata a gentileza

A cena é mais ou menos assim: ônibus lotado, caroneiro sentado, senhora de pé. O cobrador gentil e caridoso ao ver a senhora de pé, pede educadamente que o caroneiro se levante e ceda o lugar para a senhora. O caroneiro na mesma hora corresponde ao pedido e dá o lugar.

Até aí nenhum problema. Tudo normal, lindo até. Difícil encontrar pessoas com tal nível de sensibilidade e percepção. Mas o que chocou não só a mim como aos passageiros que testemunharam a cena foi a reação agressiva da senhora.

“O senhor não precisava fazer isso moço! Eu podia ir em pé até a minha casa! Se eu quisesse sentar eu tinha pedido! Vou fazer uma reclamação!”

E assim ela foi discutindo com o cobrador por um longo tempo. Ele tentou se defender por um instante dizendo que só havia feito uma gentileza, e que o moço que cedeu lugar não estava pagando passagem, mas viu que era inútil e ficou quieto, apenas ouvindo os desabafos da senhora.

As palavras que ele disse depois que a passageira encrenqueira desceu do ônibus me fizeram entender porque falta tanta gentileza no mundo hoje...

“Pô! A gente é gentil e leva uma patada dessas... Agora já sei... Não vou mais ser gentil com ninguém!”

A ignorância de algumas pessoas é maior do que a bondade, generosidade, caridade e gentileza de outros. Ao invés de apenas agradecer e dizer que não precisava ou apenas sorrir, existem pessoas que adoram dar patada nos outros.

É... A ignorância mata a gentileza!