segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Independência

Passamos a vida inteira ouvindo nossos pais dizerem que o que nos faz independentes é o dinheiro. Que é ele que nos dá a tão sonhada liberdade de ir e vir, de fazer o que bem entendermos.

Sinto dizer, mas essa não é uma verdade absoluta.

O dinheiro faz parte sim da conquista da independência, mas não é só isso que basta para dizer se somos independentes ou não.

Se eu perguntar quanto tempo você consegue ficar em casa desfrutando da sua própria companhia, qual seria a resposta? Uma hora, duas, 40 minutos? Ah sim, detalhe básico... Sem acessar redes sociais (porque elas são ótimas para passar o tempo sem fazer com que nos sintamos sós).

A verdade é que somos criados e treinados para nos tornarmos independentes financeiramente e quando chegamos a esse objetivo, nos vemos ali, com casa, carro, comida, roupas de marca e ainda assim, não conseguimos ficar satisfeitos. Falta alguma coisa.

Muitas pessoas que moram sozinhas se sentem perdidas quando saem do trabalho e precisam ir para casa. É só começar a chegar a hora de sair que já vem aquela pergunta: “O que vamos fazer hoje?”. Inventam programas, happy hours, festas, mil desculpas para tardar ainda mais a hora de ir pra casa.

O lar doce lar deixou de ser doce e virou motivo de angústia para muitos. A solidão das quatro paredes tornou-se um monstro.

A independência emocional é algo que se conquista a duras penas. Não é tarefa fácil curtir a solidão. Mas é exatamente nesses momentos que a gente se conhece realmente, é obrigado a descobrir se quer comer arroz e feijão ou uma boa macarronada, se prefere ir dar um passeio no parque ou fazer compras na feira, se vai cozinhar no domingo, sair pra almoçar ou ainda pedir um cachorro quente, se o passeio do feriado vai ser um museu ou o cinema.

É quando estamos sozinhos e precisamos tomar essas pequenas decisões que construímos a nossa personalidade, nos tornamos independentes emocionalmente.

As novas gerações, a nossa geração, precisa aprender a se curtir mais, deixar de lado o computador, o celular, o tablete, as redes sociais e aprender que para ser feliz não precisamos de nada disso. Quem consegue passar o tempo sozinho e não se sentir desesperado, perdido ou inútil, está de parabéns!

É o primeiro caminho para um futuro mais feliz e menos acelerado pela quantidade de informações que recebemos diariamente e que estão cada vez mais ao alcance das nossas mãos. É o primeiro caminho para a independência emocional, e porque não dizer digital?!?

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