segunda-feira, 22 de junho de 2009

A história a gente é que faz

História sempre foi a minha matéria preferida...

Na verdade, eu sempre achei muito difícil decorar as datas, os nomes de pessoas que eu nunca vi na vida, épocas totalmente diferentes da minha, revoluções e mais revoluções... Sempre me perguntei como os professores conseguem decorar tudo aquilo...

A história é uma matéria importantíssima! Estamos a toda hora fazendo história! Não só a nossa história pessoal, como dizem os livros de auto-ajuda, mas a história como um todo, a história da nossa sociedade, do nosso tempo.

Eu posso dizer que fiz parte da história essa semana!

Na última quarta-feira, 17, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a exigência do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista.

Todo mundo perde com isso, os jornalistas, que têm a sua profissão desvalorizada (e aqui não vou nem entrar na discussão dos interesses que estão por trás dessa decisão), mas principalmente, a sociedade, que vai perder muito em qualidade de informação. O jornalista é um profissional responsável pela informação, por levá-la à população da maneira mais real e fiel possível para que esta possa assim, formar suas opiniões.

Hoje a informação é considerada o quarto poder na nossa sociedade. Como pode o responsável pela informação não ser devidamente preparado para lidar com ela? Se a informação é tão importante, o que leva o STF a permitir que qualquer um possa fazer isso?

Enfim, voltemos à história...

Na sexta-feira, 19, os alunos de jornalismo da PUCRS se reuniram para manifestar a sua indignação em frente à Universidade. Eu estava lá! Entoando gritos de guerra, batendo palmas e apitando tudo ao mesmo tempo.

*Foto de Elson Sempé Pedroso

A história pode ser modificada sim! Só depende da gente! E quando eu falo de história, quero dizer tanto a nossa pessoal quanto a nossa história enquanto sociedade como um todo.

O que falta pra nós brasileiros é uma coisa que acabou se perdendo com o tempo, sabe-se lá porque. É a vontade de mudar, a revolta com o que está errado, a capacidade de gritar e reagir. Hoje o que mais se faz é reclamar. Todo mundo sabe que tá tudo errado, todo mundo reclama. Mas essa reclamação é feita no sofá da sala com a o ar condicionado ligado, na mesa durante o farto almoço de família, no carro com os vidros fechados para que nenhum flanelinha chegue perto. São muito poucos aqueles que vão para as ruas e participam de manifestações. E foi por isso que eu fiquei feliz de ver muitos dos meus colegas lá, reunidos em frente a PUCRS, trancando a avenida Ipiranga para que todos vissem o absurdo que fizeram com a nossa profissão. Se nós vamos conseguir reverter a situação eu não sei, mas com certeza agora todos sabem que não gostamos da decisão.

Em alguns países, as crianças são preparadas desde cedo para, pelo menos, entenderem sobre política. Aqui no Brasil, elas são preparadas para jogar bola, ser modelo, ou qualquer coisa do tipo, desde que dê dinheiro.

Eu tive um professor de história que dizia a seguinte frase: “A história é cíclica. De tempos em tempos ela se repete”. Se isso realmente for verdade, eu espero que essa seja a hora de nos espelharmos nos “caras-pintadas” que conseguiram o impeachment do Collor em 92 e que coloquemos o nosso nariz pra fora de casa para mostrar que temos força juntos e queremos a mudança.

Eu com certeza estarei lá!

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