E aquele
momento único eu não consegui capturar. Porque eu, logo eu que sou fotógrafa e
tenho uma câmera maravilhosa, não fui capaz de fotografar aquele momento?
Era a
primeira vez que colocávamos a chave na porta daquele que vai se tornar o nosso
primeiro lar. Não se faz isso duas vezes na vida. A máquina estava ali,
preparada. Guardei.
Era
fotografar ou viver. Eu escolhi viver.
Escolhi
guardar cada segundo, cada sensação, cada lágrima de emoção daquele momento que
não durou mais que um minuto na minha memória. Decidi eternizar o sentimento e
não a imagem. Guardei no coração, não no papel.
Fecho os olhos
e consigo voltar exatamente àquele segundo. Sinto o coração bater forte e
aquela mesma lágrima que correu lá, corre agora. Lembro perfeitamente de cada
canto do apê, dos sorrisos, das palavras, das juras. Sinto o abraço, o beijo, o
cheiro de casa fechada, vejo as janelas se abrindo e escuto o champanhe
estourando.
Tem coisas
na vida que vale a pena serem guardadas só na lembrança. Há quem diga que se
lembra melhor através das fotografias. Pra mim, se você não consegue fechar os
olhos e sentir tudo de novo, cada sensação, os mínimos detalhes, me desculpe a
franqueza, mas você não conseguiu viver aquele momento intensamente.
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