“Se um dia
ele precisar de mim quando estiver velho, eu não vou ajudar. Ele que se dane.
Eu cresci sozinho, ele nunca me ajudou em nada. Ele sumiu da minha vida...”
Garoto, você
sabe o que teu pai passou pra te criar? Você sabe quantas fraldas tuas ele
trocou e quantas noites passou em claro por causa da tua gripe? Você sabe o
quanto ele teve que trabalhar pra colocar comida na tua mesa, pagar teu
material escolar e te dar aquele vídeo game que você tanto incomodou pra ter?
Sim. Eles
erram. É impossível ser perfeito, ainda mais quando se fala de criar os filhos.
Nossos pais sempre erram. Alguns mais, outros menos, mas sempre existe algum
errinho. Ninguém é infalível.
Quando ouvi
esse adolescente falando assim do pai dele, imediatamente lembrei do meu. Ele
sempre diz uma frase que vou levar pra sempre: “Vocês podem me odiar, mas eu,
como pai, sempre vou amar vocês incondicionalmente!”.
O fato de
nossos pais terem cometido seus erros, e incluo aqui até os mais graves, não
justifica sermos pessoas ruins ou que alimentemos dentro de nós esse sentimento
ruim com relação aqueles que nos geraram.
É preciso
superar as dificuldades para viver. É preciso esquecer algumas coisas para
poder levantar a cabeça e seguir em frente. É preciso perdoar para ter o
coração tranquilo. Pode ser difícil, mas é preciso tentar.
Sei que muita
gente vai dizer que é fácil pra mim falar isso porque eu nunca passei por
coisas assim. Eu concordo, meus pais erraram em algumas coisas e acertaram em
tantas outras, mas eu acredito que todos os pais e mães procuram fazer o melhor
que podem.
Cabe a nós
reconhecer os erros deles e tentar não repeti-los quando for a nossa vez de
criar os nossos filhos. E digo tentar porque muitos vão cometer os mesmos
erros, tenho certeza. Sabe porquê? Porque quando for a nossa vez, vamos ter
maturidade suficiente para entender e, porque não, concordar com algumas das
atitudes deles.
A vida
passa. Cada minuto que passamos longe das pessoas que realmente importam podem
ser cobrados de nós mais tarde. Não vale a pena ficar remoendo mágoas.
Tente
imaginar em como você sentiria se amanhã alguém batesse na sua porta dizendo
que um de seus pais morreu. Pense em qual seria sua reação se seu pai ou sua
mãe viesse à sua casa pedindo abrigo porque não tem mais nada. E se você
encontrasse um deles dormindo em um banco da praça da matriz?
Pode parecer
exagero, mas essas hipóteses existem, são reais. Uma pessoa que não tem o amor
da família, dos filhos, dos irmãos, é uma pessoa sem estrutura. Pense nessas
situações extremas e tente perdoar. Ao menos tente.
Pai, mãe...
Amo vocês! Incondicionalmente!
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