Eu nunca
quis morar em casa. Me lembro quando era pequena, meu pai viajava muito e minha
mãe dizia que não moraria em casa pra ficar sozinha com duas crianças pequenas.
Fui acostumada a ter só uma porta em casa e janelas que ficam a metros e metros
do chão.
As duas
únicas experiências que eu tive de morar em casa foram: em Curitiba, quando
moramos em um condomínio fechado e depois, quando morei em uma casa de família
em Londres.
Nos últimos
cinco anos, tive um pouco da experiência de como é viver em uma casa. Até
gostei da ideia de ter pátio, não ter que dar satisfação pra ninguém, não pagar
condomínio, mas na semana passada, voltei a lembrar o porquê de não querer
morar em casa.
Invadiram a casa
do meu namorado. Mexeram em tudo. Levaram coisas. Essa foi a segunda
experiência que tive, a segunda vez que acompanhei o caso de perto. Uma das
piores sensações do mundo é entrar em casa e ver que nada está do jeito que
você deixou, que alguém esteve ali, mexeu em tudo que é seu sem o menor cuidado
e levou coisas suas, coisas que você suou pra comprar, coisas que não tinham
valor nenhum a não ser o valor sentimental...
O medo que
fica demora pra ir embora e aquela sensação de segurança dentro de casa talvez
seja irrecuperável.
Aos poucos
vamos nos prendendo dentro da nossa própria casa. Grades, alarmes, cães de
guarda, interfones, seguranças...
Nenhum comentário:
Postar um comentário