Quando vim para Curitiba porque arrumei um emprego (um bom emprego,
diga-se de passagem), a primeira coisa que me perguntavam era sobre o meu
namorado. Se eu teria coragem de deixar ele em Porto Alegre. Eu tive.
Chegando aqui, ninguém me disse que o que eu mais teria que ter era
força. Força para aguentar a saudade que bate antes de dormir, força para
passar os intermináveis domingos sozinha inventando coisas para fazer, força
para ver todos a minha volta com os seus e eu ali, sem ninguém. Força para
sorrir na frente de todo mundo enquanto o que eu mais queria era estar em casa,
curtindo a tristeza e a solidão. Força pra ver minha família reunida e não
estar junto deles. Fui forte. Tirei forças de algum lugar desconhecido dentro
de mim, mas consegui.
Agora, depois de muito pensar e pesar tudo o que aprendi por aqui, não
só profissionalmente, mas para a vida mesmo, decidi voltar. Por minha própria
vontade. Vontade de ficar com as pessoas que amo e mostrar o valor que elas
realmente têm pra mim, vontade de fazer a minha vida baseada nos meus
princípios, de acordo com as minhas prioridades. Pode parecer tudo meio
egocêntrico e egoísta, mas não é. Cada um tem a sua vida e deve fazer dela o
que quiser, pensando e tomando decisões de acordo com o que pensa e não com o
que os outros acham que é certo.
Aprendi muitas coisas nesse período que passei em Curitiba. Hoje me
conheço melhor, sei mais sobre a vida que eu tinha e a que eu quero ter no
futuro, tomei algumas decisões importantes que sei que algumas pessoas vão
apoiar e outras criticar, mas aprendi também que a opinião dos outros não vai
mudar o que eu penso sobre esse assunto.
Eu sei que a partir de hoje, vou precisar do dobro de coragem e o triplo de força para recomeçar. Mas quer saber?? Me sinto preparada pra isso.
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