sexta-feira, 15 de maio de 2020

Vamos falar sobre terapia?



Em janeiro de 2019, determinada a colocar em prática uma das minhas resoluções de ano novo, “CUIDAR DE MIM”, comecei as minhas sessões de terapia.

Meu motivo principal era entender o que se passava aqui dentro que não me permitia manter o foco em um processo de emagrecimento. Desde que me conheço por gente vivo num efeito sanfona sem fim...

Nesse um ano e meio de terapia já descobri tanta coisa sobre mim que às vezes nem me lembro o motivo que me levou até lá... Já tive crise de riso, já gastei muitos lenços de tanto chorar, já brinquei, já aprendi muitas lições no quadro branco, já fiz testes, já conversei sobre coisas aleatórias, já pedi milagre, já fiquei braba, já levei soco no estômago e tapa na cara (não literalmente, óbvio), já quis ir embora correndo, já quis voltar mais de uma vez por semana, já li livros maravilhosos, já escrevi no meu caderninho, já fiz testes e achei que tava tudo errado, já quase pedi alta, já achei que era um caso perdido... já aprendi tanto sobre mim que nem me lembro como era a Gabi de antes.

Nesse tempo resolvi algumas questões familiares que nem imaginava que estavam pendentes; aprendi que tenho alguns “botõezinhos” que quando apertados me fazem reagir de uma maneira muito intensa e que preciso aprender a controlar essa intensidade; entendi que me respeitar é a melhor maneira de chegar a algum lugar; percebi que tenho algumas dificuldades que não sei ainda de onde vem, mas vou descobrir; aprendi a não aceitar algumas “bolinhas” que as pessoas atiram em mim e a devolver outras sem machucar ninguém...

Se tem alguém se perguntando sobre fazer ou não fazer terapia, só tenho um conselho: FAZ!

Deixa os medos e preconceitos de lado e mergulha nesse processo de coração aberto. Respeita o teu processo, o teu tempo e curte a tua jornada, aproveita pra te descobrir e amadurecer. Deixa vir à tona essa versão de ti que tá perdida aí dentro!

quarta-feira, 13 de maio de 2020

REAGIR x RESPONDER


Sempre fui e posso dizer que ainda sou, uma pessoa muito reativa. A intensidade disso já me coloca em situações que eu não precisava passar.

Com o tempo e com a terapia, fui aprendendo que basta um par de “inspira, expira” que tudo começa a clarear na mente e o impulso de reagir passa.

Nessa quarentena fiz um curso sobre Inteligência Emocional e aprendi uma ferramenta muito simples que tem me ajudado muito quando alguma coisa me tira do sério. A ferramenta é o PROR – Pare, Reflita, Observe e Responda. É simples assim! Recebeu a mensagem, siga os três passos antes de responder.

Às vezes é difícil controlar? Sim, ainda preciso de muito auto controle, paciência e diálogo interno comigo mesma. Tem dias que a Gabi impulsiva sai na frente e nem dá tempo da Gabi tranquila se mexer, mas essa é a beleza do processo... Cair, levantar, aprender, cair de novo e seguir tentando...

sábado, 2 de maio de 2020

Já pensou em quanta coisa se pode viver em 100 anos?


Hoje, a Vó Ilda, minha bisavó, completou 100 anos de vida. O corpo miúdo carrega o peso de cada dia dessa caminhada. A mente, intacta, acumula as incontáveis lembranças dos momentos que ela já viveu.

Ela sempre conta que quando era jovem, uma cigana disse a ela que teria uma vida longa, viveria até os 100 anos. E cada vez que ela conta essa história diz que naquela época parecia tão longe e agora já está tão pertinho...

Enfim esse dia chegou. A nossa matriarca completou um século de vida. E justamente nesse 2020 que estamos tendo que nos afastar para proteger aqueles que amamos.

Não conseguimos dar a festa que ela merecia nem o abraço tão desejado por ela e por nós, mas estávamos lá, dando os parabéns de longe, para mostrar o quanto ela é amada. E apesar de ter sido um pouco triste, também foi muito lindo ver o sorriso e as lágrimas de felicidade no rosto dela.

E no auge dos seus 100 anos, com serenidade no olhar, ela nos ensina que, mesmo no meio do caos, a gente precisa erguer a cabeça, sorrir, olhar para frente e ter fé. E hoje, eu tenho certeza que isso tudo vai passar, vamos superar e aprender com tudo e logo conseguiremos comemorar todos juntos o centenário do jeito que ela gosta, com toda a família reunida!  








quinta-feira, 9 de abril de 2020

Auto cobranças tóxicas


Isolamento, medo, saudade da família, cobranças, ansiedade, trabalhar, malhar, cozinhar, limpar, lidar com um turbilhão de sentimentos, passar álcool gel, usar máscara, tirar o sapato ao entrar em casa, trocar de roupa, lavar as mãos... definitivamente, não tá fácil!

Os dias tem sido assim, sentada horas e horas trabalhando (mais horas do que normalmente diga-se de passagem) e me entupindo de notícias e atualizações sobre a pandemia do Coronavírus (ossos do ofício). Depois disso não sinto vontade de fazer nada além de comer, rolar infinitamente a time line do Instagram, ligar a TV ou ler um livro, esse último com menos frequência, confesso.

É difícil me desligar, a cabeça não para, fica girando num looping infinito em torno de mortes, doentes, números, curas, pautas, posts... Tem dias que me cobro por não estar fazendo uma das milhares de coisas que estão se acumulando na minha lista e tem dias que eu me respeito e aceito que não estou a fim, que o mundo não vai acabar se eu ficar sem fazer nada produtivo, e tá tudo bem! 

O que eu quero dizer é que a pressão já tá grande, a gente não precisa colocar mais peso sobre as nossas costas. Sabe aquele treino que você não fez? Tudo bem! Aquela aula de Yoga que você prometeu que ia fazer todos os dias? Sem problemas! Relaxa! Não tá fácil pra ninguém!

Se quiser, aproveita esse tempo pra pensar em você, na sua jornada, na sua missão! E se não quiser, fica de boas que tá tudo bem também!

terça-feira, 7 de abril de 2020

7 de abril de 2020, dia do jornalista e dia mundial da saúde.


Hoje, especialmente hoje, nesse dia do jornalista, venho pedir respeito a esse trabalho tão importante que também está na linha de frente dessa pandemia tanto quanto o trabalho dos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde que estão lutando dentro dos hospitais para salvar vidas.

A todos os colegas jornalistas, deixo aqui meu agradecimento e meus parabéns!

O nosso hoje anda exigindo demais de todo mundo, mas pra nós, jornalistas, tá bem desafiador. Se eu, que já não trabalho em veículo há muito tempo, não produzo mais programa diário como antes, já perdi as contas de quantos cafés já tomei, quantas matérias e entrevistas já fiz, fico imaginando os colegas que estão nas ruas todos os dias...

Não tá fácil. As coisas acontecem muito rápido e todos nós, jornalistas, seja nos grandes veículos de comunicação, seja nas assessorias, estamos correndo atrás da máquina e dando o nosso melhor para levar informação de qualidade para todos.

Apesar de tudo, da pandemia, do volume de trabalho, do home office, da distância e das dificuldades, preciso confessar que está sendo muito gratificante estar envolvida diretamente nisso. É um aprendizado incrível! Já são 10 anos de formada, 10 anos jornalista, e eu nunca me senti tão realizada profissionalmente quanto me sinto hoje. O cansaço mental é compensado quando vejo que o meu trabalho é importante para muitas pessoas.

Eu sei que não tá fácil pra ninguém... isolamento, medo, saudade, cobranças, ansiedade, conciliar todas as atividades, lidar com um turbilhão de sentimentos, passar álcool gel, usar máscara, tirar o sapato ao entrar em casa, trocar de roupa, lavar as mãos... definitivamente, não tá fácil!

Dias melhores virão, não tenho dúvidas disso! Até lá, seguimos com coragem e fé!